Assunção - Os jornais paraguaios foram unânimes em condenar a tentativa de golpe. Em seu editorial de ontem, o "ABC Color" culpa a falta de eleições gerais após a renúncia de Raúl Cubas Grau, em março do ano passado, pela falta de estabilidade política no país.
"O regime encabeçado por González Macchi é culpado por haver alimentado o caldeirão que acabou por ferver", diz o editorial. Para o jornal, a única saída para resolver a instabilidade crônica seria o retorno à institucionalidade por meio de eleições gerais.
A edição digital do jornal "Última Hora" trouxe ontem um editorial intitulado "Hoje como ontem", em que relaciona os acontecimentos de ontem com a primeira tentativa de golpe liderada pelo ex-general Lino César Oviedo, em 22 de abril de 1996.
"Logicamente, hoje como ontem, seus seguidores se encarregaram de negar sistematicamente a responsabilidade pelos acontecimentos", diz o editorial.
O diário "Noticias" publicou ontem uma edição especial dedicada à tentativa de golpe, com a manchete "Sufocam outra loucura oviedista". Em seu editorial, o jornal ataca o governo, o qual teria ignorado os sinais de que um novo golpe estava próximo. "González Macchi sofria de uma surdez funcional e seus assessores foram atacados por uma mudez absoluta", diz o "Noticias".
"A nação teve que assistir a um vergonhoso espetáculo e escutar o presidente ler com dificuldade uma mensagem enganosa dizendo que estava tudo sobre controle enquanto os tanques avançavam tranquilamente pela cidade."
Para o diário "La Nación", a tentativa de golpe foi "uma triste estréia do Paraguai no século 21". "Foram seis horas duras que tivemos de suportar num momento em que o país tenta sair do poço em que se encontra."


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