|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CAXEMIRA
Nova Déli adota preparativos de guerra na fronteira
Ataque separatista mata 5 e eleva tensão entre Índia e Paquistão
DA REDAÇÃO
Pelo menos cinco pessoas morreram e 12 ficaram feridas ontem,
na Caxemira indiana, quando
guerrilheiros separatistas atacaram uma base do Exército indiano, a cerca de 150 km ao norte de
Jammu, capital de inverno do Estado de Jammu-Caxemira.
Um dos mortos era guerrilheiro
islâmico enquanto os outros quatro, além dos feridos, eram indianos. O chanceler indiano, Jaswant
Sigh, classificou o incidente de
"ataque terrorista". "Nós queremos deixar claro que o Exército
da Índia irá reagir de imediato
sempre que o Paquistão realizar
um ataque."
A tensão entre os dois países
-potências nucleares, que já se
enfrentaram em três guerras desde a independência, em 1947-
tem aumentado desde que um
ataque suicida a um ônibus e a
um quartel do Exército indiano
ocorrido na terça-feira, também
na Caxemira, deixou 35 mortos.
A Índia atribuiu o atentado a
três separatistas muçulmanos de
origem paquistanesa.
Em represália, Nova Déli anunciou no último sábado a expulsão
do embaixador do Paquistão no
país, Ashraf Jehangir Qazi.
O governo do Paquistão, entretanto, havia condenado o ataque e
pedido a abertura de uma investigação sobre o incidente.
Negociar apoio
O premiê da Índia, Atal Bihari
Vajpayee, se encontrou ontem
com a líder oposicionista Sonia
Gandhi para negociar apoio político para uma ação militar contra
o Paquistão.
Vajpayee também iria se reunir
no fim da noite de ontem com os
ministros de seu gabinete e os
chefes das Forças Armadas para
estudar as próximas ações a serem tomadas pela Índia.
Prevendo uma eventual conflito
entre os dois países, o Comitê de
Segurança do gabinete de Vajpayee anunciou que irá colocar forças paramilitares, sob comando
do Exército, para vigiar a fronteira internacional.
O ex-chefe das Forças Armadas
do país, general Ved Prakash Malik, disse que os preparativos foram um passo significativo que
indica "prontidão, mas não quer
dizer que estejamos caminhando
para uma guerra".
A secretária-assistente de Estado dos EUA, Christina Rocca, havia visitado ambos os países na semana passada e pedido a retomada do diálogo. A Índia respondeu
dizendo que só irá conversar com
o Paquistão se os ataques na Caxemira forem suspensos.
A Índia controla cerca de 45%
da Caxemira; o Paquistão, cerca
de 33%; e a China, o restante.
A Índia acusa o Paquistão de incitar e armar separatistas na parte
da Caxemira controlada pela Índia. O Paquistão nega e diz que dá
apenas apoio moral à sua "luta legítima pela autodeterminação".
Doze grupos separatistas lutam
contra forças indianas na região.
Ao menos 33 mil pessoas morreram desde 1989. Segundo os separatistas, o número de mortos ultrapassa 80 mil.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Bin Laden aparece em novo vídeo Próximo Texto: Panorâmica - Serra Leoa: Presidente Kabbah vence eleições com folga Índice
|