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ORIENTE MÉDIO
Ontem foram dois, um dos quais feito por mulher-bomba; mortos chegam a 12; Bush diz que diálogo deve continuar
Israel sofre o quinto atentado em três dias
DA REDAÇÃO
Uma mulher-bomba palestina
detonou explosivos presos a seu
corpo na entrada de um shopping
center, ontem, em Afula (norte de
Israel). Três pessoas morreram e
cerca de 50 ficaram feridas. Em
outra ação, um homem detonou
explosivos presos à sua bicicleta
ao se aproximar de posto de controle israelense, na faixa de Gaza.
Três soldados ficaram feridos.
Com os dois ataques, subiu para
cinco o número de atentados contra alvos israelenses desde sábado. Ao todo, 12 pessoas morreram, além dos cinco suicidas.
O objetivo dos grupos terroristas com a nova onda de atentados
é minar o novo plano de paz dos
EUA para o Oriente Médio e enfraquecer o premiê palestino, Abu
Mazen, visto como moderado e opositor da Intifada (levante palestino contra a ocupação israelense), segundo analistas.
Dois grupos terroristas assumiram a autoria do atentado em
Afula: as Brigadas dos Mártires de Al Aqsa e o Jihad Islâmico.
Na faixa de Gaza, 25 palestinos
foram feridos por disparos israelenses. O Exército de Israel afirma
que a ação visava impedir que os
palestinos disparassem mísseis
contra alvos israelenses.
O atentado de ontem aconteceu
no final da tarde em Israel. A mulher-bomba tentou entrar no
shopping, mas foi barrada pela segurança do local.
Enquanto um segurança tentava inspecioná-la, a suicida palestina detonou os explosivos. A mulher-bomba foi identificada como
Heba Dawarme. Aos 19 anos, era
a caçula de oito irmãos e estudava
na Universidade de Al Quds.
Em Washington, o presidente
dos EUA, George W. Bush, afirmou que, apesar dos recentes ataques, ele continuará em busca de
um plano de paz que resulte em
um Estado palestino coexistindo
ao lado de Israel em 2005.
"Tenho confiança de que nós
podemos mover o processo de
paz adiante. Não será um ataque
que me tirará do objetivo de alcançar a minha visão [de dois Estados]", disse Bush.
O ministro da Defesa de Israel,
Shaul Mofaz, culpou o presidente
da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Iasser Arafat, pelos recentes ataques. Ele acrescentou que Israel considera a possibilidade de expulsar Arafat dos territórios palestinos. Porém o premiê
israelense, Ariel Sharon, descartou essa possibilidade, por ora.
O chanceler palestino, Nabil
Shaat, disse que a expulsão de
Arafat "destruiria o processo de
paz". Além da expulsão, outra
possibilidade estudada por Israel
é o boicote a autoridades estrangeiras que se reunirem com Arafat. A União Européia afirmou que não respeitaria o boicote.
Arafat, que é impedido de deixar seu QG em Ramallah (Cisjordânia) por tanques de Israel, rejeitou a acusação israelense. Ao saber do novo atentado, o líder palestino afirmou: "Condeno esse tipo de ações contra civis".
Autoridades israelenses evitaram culpar Mazen pelos atentados. O premiê tem como plataforma no seu recém empossado governo o combate ao terrorismo.
Falando em nome do premiê
palestino, o ministro do Trabalho
da ANP, Ghassan Khatib, disse
que "condena os atentados porque eles nos ferem moral e politicamente e não representam a posição dos palestinos".
Abdel Aziz Rantisi, líder do grupo terrorista Hamas, disse que os
atentados "são uma resistência legítima e continuarão ocorrendo
enquanto a ocupação persistir".
Questionado se os ataques visam
enfraquecer Mazen, Rantisi afirmou que discorda da posição do
premiê de negociar com Sharon, a
quem chamou de terrorista.
Mazen e o premiê de Israel se
reuniram neste fim de semana.
O Hamas assumiu o atentado
suicida em ônibus em Jerusalém
anteontem, que deixou sete mortos. O atentado provocou o adiamento de viagem de Sharon aos
EUA para discutir o plano de paz.
No mesmo dia, um suicida se
explodiu na mesma cidade, sem
deixar vítimas. No dia anterior,
um homem-bomba se explodiu
em uma praça de Hebron (Cisjordânia). Um colono judeu e sua
mulher grávida morreram.
Shimon Peres
O ex-chanceler israelense Shimon Peres cancelou sua viagem
ao Brasil, prevista para o final deste mês. Os motivos são a situação
tensa em Israel e os compromissos com o Partido Trabalhista, de
acordo com sua assessoria. Peres
viria ao Brasil a convite da CIP
(Congregação Israelita Paulista).
Com agências internacionais
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