São Paulo, quarta-feira, 20 de maio de 2009

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EUA anunciam socorro civil ao Paquistão

Refugiados da ação contra o Taleban no Swat já são 1,5 milhão; Islamabad expande programa nuclear

DA REDAÇÃO

Os EUA vão destinar US$ 110 milhões aos desabrigados pelos conflitos entre o Exército paquistanês e o Taleban na região do Swat, anunciou ontem a secretária de Estado americana, Hillary Clinton. A maior parte da ajuda emergencial (US$ 100 milhões) virá da Chancelaria, e US$ 10 milhões, do Pentágono.
A assistência não é apenas uma obrigação humanitária, mas um imperativo para a segurança mundial, disse Hillary. A ofensiva paquistanesa, lançada no início do mês em resposta ao avanço do Taleban em áreas próximas à capital, já deixou 1,5 milhão de desabrigados.
O êxodo já é "um dos mais dramáticos eventos dos tempos recentes", segundo a agência da ONU para Refugiados. Os deslocados pela violência na Província que inclui o Swat passam de 2 milhões desde agosto.
Contornar a crise humanitária é vital para o sucesso da ofensiva, endossada pelos EUA e pela Otan (aliança militar ocidental). O custo total da ação (gastos militares, reconstrução e auxílio a civis) é estimado em US$ 7,6 bilhões pelo Fundo Monetário Internacional.
Islamabad deve receber em 2010 pacote de auxílio de US$ 2,1 bilhões, já aprovado pelo Congresso americano. A nova estratégia dos EUA para a Guerra do Afeganistão enfatiza o elo entre os radicais nos dois lados da fronteira.
Congressistas americanos temem, porém, que o auxílio seja desviado para o programa nuclear paquistanês. O país não assinou o Tratado de Não Proliferação Nuclear e trava corrida armamentista com a Índia.
A Chancelaria paquistanesa admitiu ao "Financial Times" que o programa "não é estático". "Nossa proteção nuclear é indispensável para a estabilidade regional", justificou a pasta.
O avanço da insurgência no Paquistão acirrou a preocupação internacional sobre a segurança das ogivas.
Em reunião sobre não proliferação com especialistas republicanos e democratas, o presidente Barack Obama listou o arsenal paquistanês e o anseio de terroristas por armas nucleares entre as maiores preocupações globais.

Com "Financial Times" e agências internacionais



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