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IRAQUE OCUPADO
Americanos contabilizam 43 baixas em confrontos no pós-guerra; iraquianos pedem morte de Bush
Victor R. Caivano/Associated Press
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Rifle em punho, iraquiano protesta durante funeral de civil morto anteontem pelos EUA em Bagdá |
EUA perdem mais um em ataques no Iraque
DA REDAÇÃO
Em plena intensificação da violência pós-guerra, um ataque iraquiano contra uma ambulância
matou um soldado americano, no
mesmo dia em que uma multidão
pediu a morte do presidente
George W. Bush no funeral de um
iraquiano morto pelos EUA.
O ataque -que provocou a 43ª
baixa americana desde que Bush
anunciou o fim das principais
operações no Iraque, em 1º de
maio- ocorreu 30 km ao sul de
Bagdá. Uma ambulância que levava um soldado dos EUA ferido
foi atingida por uma granada. Um
soldado foi morto e dois, feridos.
Em Samarra, ao norte da capital, um iraquiano foi morto por
soldados dos EUA após arremessar uma granada contra um tanque americano. E três morteiros
explodiram em frente a um escritório de ajuda humanitária da
coalizão anglo-americana, matando um iraquiano e ferindo 12.
Em menos de duas semanas,
quase mil iraquianos foram presos sob suspeita de fomentar os
ataques. Duas operações militares
foram lançadas no oeste e noroeste do país, onde há focos de resistência de supostos partidários do
ex-ditador Saddam Hussein.
Na quarta-feira, dois civis iraquianos foram mortos em Bagdá
durante um protesto de ex-militares do Exército de Saddam, provocando revolta entre os moradores. Ontem, no funeral de Tareq
Hussein Mohammed, uma das vítimas, centenas gritavam "vingança" e "morte a Bush".
Os ataques e os protestos iraquianos se multiplicam. Segundo
a missão da ONU no país, há informações de que os iraquianos
têm recebido folhetos oferecendo
recompensas a quem matar
membros da coalizão.
Mais soldados
O Pentágono informou que entre 20 mil e 30 mil soldados de países aliados aos EUA devem chegar
ao Iraque nos próximos dois meses para substituir parte dos 146
mil americanos que estão no país.
Entre os que contribuirão com
as tropas internacionais, a serem
lideradas pela Polônia e pelo Reino Unido, estão a Itália, a Espanha, a Ucrânia e Honduras.
Há seis semanas, o Pentágono
anunciara a intenção de reduzir
em 30 mil o número de americanos no Iraque, mas a estratégia foi
revista após o recrudescimento
das tensões. No auge do conflito,
havia 151 mil americanos no país.
"Temos cerca de 20 mil soldados extras na coalizão", disse o general Peter Pace, vice-comandante-em-chefe do Estado-Maior. Segundo ele, Washington negociaria o envio de mais 10 mil homens.
Na próxima semana, representantes de 35 países devem se reunir na sede da ONU, em Nova
York, para debater a reconstrução
do Iraque e os detalhes de uma
cúpula de países que contribuirão
no processo, marcada para o próximo trimestre.
Críticas a Bush
Ontem, o principal pré-candidato do Partido Democrata à Presidência dos EUA, John Kerry,
acusou Bush -seu adversário,
caso sua candidatura seja confirmada- de "manipular todos"
em sua campanha para defender
a necessidade de invadir o Iraque.
Kerry, em comício em New
Hampshire, afirmou que Bush
construiu sua argumentação sobre a guerra com base em ao menos duas informações falsas -a
de que o Iraque teria tentado
comprar urânio no Níger e a de
que Bagdá poderia atacar os EUA
com armas biológicas.
A informação sobre o urânio foi
desmentida pela AIEA (agência
nuclear da ONU), enquanto a suposta existência do arsenal químico e biológico -principal razão
alegada por EUA e Reino Unido
para a guerra- não foi provada.
Com agências internacionais
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