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AVIAÇÃO
Foi o terceiro caso nesta semana em que aviões são escoltados por caças por causa de pequenos incidentes durante o vôo
Faca de plástico causa pouso de emergência
DA REDAÇÃO
No terceiro episódio do gênero
nesta semana, um Boeing-767 da
companhia aérea colombiana
Avianca com 155 pessoas a bordo
foi escoltado por um caça e fez
uma aterrissagem de emergência
em uma base militar perto de Madri ontem, depois que um homem bêbado ameaçou passageiros com uma faca de plástico.
Na segunda-feira, um vôo proveniente do Uzbequistão foi escoltado por caças até Tel Aviv
porque um passageiro queria fumar no vôo. Na terça, caças F-16
acompanharam um avião proveniente de Chicago porque uma família indiana ficou trocando de
lugar e apontando para monumentos perto de Nova York.
Desde os atentados de 11 de setembro contra os EUA, realizados
após o sequestro de aviões, a segurança foi reforçada em aeroportos de todo o mundo, e medidas de precaução foram tomadas,
como a escolta de aviões civis por
caças quando se detecta alguma
ameaça de sequestro dentro deles.
Os caças serviriam para abater o
avião sequestrado caso houvesse
indício de que seria jogado contra
edificações em terra.
O vôo AVA-010 da Avianca partiu do México anteontem, fez escala em Bogotá e chegou a Madri
na hora prevista, às 11h40 (6h40
em Brasília), mas teve de aterrissar na base aérea de Torrejón, a 15
km da capital espanhola, em vez
de no aeroporto de Barajas.
A polícia chegou a anunciar que
se tratava de uma tentativa de sequestro, mas o vice-premiê e porta-voz do governo espanhol, Mariano Rajoy, afirmou que o que
ocorreu foi apenas uma "alteração da ordem pública".
Segundo Rajoy, o autor do incidente, o espanhol nascido em Cuba Perfecto Manuel Vázquez Expósito, foi detido. O vice-premiê
disse que o homem estava em
"elevado estado de embriaguez".
Pouco antes, um porta-voz do
Ministério do Interior afirmara
que o incidente não podia ser
qualificado como tentativa de sequestro porque "esse indivíduo
não tentou em nenhum momento entrar na cabine dos pilotos".
O embaixador da Colômbia na
Espanha, Alvaro Villegas, disse
que Vázquez Expósito e um segundo homem que não causou
problemas haviam sido deportados do México por problemas relacionados a drogas. "Não posso
dizer onde falharam as medidas
de segurança, mas eles deveriam
ter vindo com escolta", afirmou.
Segundo passageiros, Vázquez
passara a noite toda agitado, falando alto e xingando pessoas à
sua volta. Veléz disse que ele também ameaçou os passageiros com
um isqueiro e uma caneta.
O piloto informou a torre de
controle de Barajas sobre o episódio com a faca, que pediu que ele
pousasse em Torrejón.
A aeronave foi então escoltada
por um caça F-18 da Força Aérea
espanhola até a base aérea, onde
Vázquez Expósito foi preso.
"Paranóicos"
Dois grandes jornais indianos, o
"The Indian Express" e o "The Times of India", trouxeram ontem
em sua primeira página a história
da família da atriz indiana Samyuktha Verma, que provocou pânico no vôo 204 da American
Trans Air na terça-feira.
No incidente, o pai, a mãe e a irmã de Verma, 20, que a acompanhavam no vôo proveniente de
Chicago, despertaram a desconfiança de passageiros e da tripulação ao conversar animadamente
em malayalam (língua falada na
região de Kerala, no sul da Índia)
e ao disputar a cadeira ao lado da
janela, apontando para monumentos como a Estátua da Liberdade, em Nova York.
A aeronave acabou sendo escoltada por dois F-16 até o aeroporto
La Guardia, e a família foi interrogada por agentes antiterrorismo.
O episódio foi tratado com ironia pelos jornais indianos. Segundo o "Indian Express", "nem
Bollywood [a indústria cinematográfica indiana] poderia ter escrito o roteiro dessa farsa nova-iorquina". O diário, segundo o qual
Verma é "a Julia Roberts do cinema malayam", descreveu os americanos como "paranóicos".
Na segunda-feira, caças israelenses escoltaram um avião de
passageiros uzbeque até o aeroporto de Tel Aviv depois de o piloto pedir à torre que destacasse um
policial para a aterrissagem. Ao
ver que estava sendo escoltado
por caças, o piloto disse que se tratava só de um passageiro fumante
que se recusava a apagar o cigarro, mas Israel manteve a escolta.
Com agências internacionais
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