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GUERRA CIVIL
Líder atribui fim das AUC a envolvimento de grupos com narcotráfico; para analistas, estratégia visa conseguir anistia
Organização paramilitar colombiana anuncia dissolução
DA REDAÇÃO
O principal líder paramilitar de
direita colombiano, Carlos Castaño, anunciou a dissolução das
AUC (Autodefesas Unidas da Colômbia), organização que reunia
diversos grupos paramilitares do
país. Segundo ele, o fim das AUC
foi provocado pelo envolvimento
de muitos desses grupos com o
narcotráfico.
"Nós nos encontramos com
uma série de grupos atomizados e
altamente contaminados pelo
narcotráfico e que, em muitos casos, passaram da confederação à
anarquia ou perderam sua identidade e seus princípios", afirmou
Castaño em um comunicado na
página do grupo na internet.
"Essas são as causas que fazem
insustentável a permanência das
AUC como organização nacional", disse. "Esse desmantelamento nos permitirá refazer uma
organização nacional de grupos
de autodefesa com uma atuação
pela qual todos os colombianos
honestos possam se sentir representados e defendidos."
As AUC, cujo objetivo manifesto é combater os grupos guerrilheiros de esquerda, como as Farc
(Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), são acusadas
de desrespeito aos direitos humanos. Ao grupo é atribuída boa
parte dos massacres de populações civis ocorridas nos últimos
anos na Colômbia. Segundo as
denúncias, os paramilitares
ameaçam e atacam povoados nos
quais suspeitam haver colaboração com as guerrilhas.
Para o analista militar Alfredo
Rangel, o desmantelamento das
AUC pode fazer parte de uma estratégia para conseguir do governo um reconhecimento como
grupo político, o que implicaria
uma anistia aos seus membros.
O presidente eleito da Colômbia, Alvaro Uribe, que assume o
cargo no dia 7 de agosto, já declarou que admitiria negociar um
processo de paz com os paramilitares, desde que eles deixassem de
praticar atos violentos. Os paramilitares declararam apoio a Uribe durante a campanha.
Para Alfredo Rangel, o fim das
AUC não representará uma diminuição na intensidade do conflito
colombiano ou uma redução das
áreas de presença paramilitar,
porque os grupos locais, com
mais autonomia, continuarão
atuando -em alguns casos com
mais força ainda.
Com agências internacionais
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