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São Paulo, domingo, 20 de julho de 2003

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Família atribui morte a "estresse"

DA REDAÇÃO

Para a família de David Kelly, foi o estresse de estar envolvido em uma polêmica política de grandes proporções que causou a sua morte.
"Os acontecimentos nas últimas semanas tornaram a vida de David insuportável, e todos os envolvidos devem refletir longamente sobre esse fato", declarou a família em um comunicado lido ontem pela polícia após a confirmação de que um corpo achado na véspera em Southmoor, na região central da Inglaterra, pertencia ao cientista.
Kelly, um microbiólogo que estudou na Universidade de Oxford, era o conselheiro sênior da Secretaria de Controle e Proliferação de Armas no Ministério da Defesa havia mais de três anos.
Antes, ele chefiara uma equipe de inspetores de armas biológicas da ONU que esteve em Bagdá após a Guerra do Golfo, em 1991.
Voltou ao Iraque em junho deste ano por alguns dias e se encontrou com a equipe responsável pela busca das supostas armas de destruição em massa iraquianas. O suposto arsenal foi usado pelos EUA e pelo Reino Unido como principal justificativa para a guerra, mas ainda não foi encontrado.
Entre 1994 e 1999, Kelly trabalhou como conselheiro de armas biológicas da ONU. Scott Ritter, seu colega na época, descreveu-o à BBC como um homem de "caráter íntegro, alguém que se preocupava profundamente com seu país". "Embora ele fosse um homem gentil, ele tinha nervos feitos de aço."
"Eu nunca vou esquecer do modo como ele sempre insistia que, não importa qual seja a pressão política envolvendo o assunto, nós sempre teríamos que dizer a verdade absoluta. Talvez seja, em parte por isso, que esses fatos terríveis ocorreram", disse Richard Butler, ex-chefe de inspeção de armas da ONU que também trabalhou com Kelly.


Com agências internacionais

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