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Jim MacMillan/Associated Press
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Prédio explode em Najaf ao ser atingido pela primeira bomba disparada pelos EUA em um ataque aéreo contra alvos da insurgência |
IRAQUE SOB TUTELA
Após aceitar acordo, clérigo radical descumpre ordem de desarme e leva ao fracasso nova tentativa de trégua
EUA bombardeiam cidade sagrada xiita
DA REDAÇÃO
Fracassou novamente a tentativa de trégua em Najaf, onde as
forças americanas e a milícia do
clérigo radical xiita Moqtada al
Sadr se enfrentam há mais de
duas semanas.
O clérigo -que na véspera aceitara em carta um acordo de cessar-fogo pelo qual teria de depor
armas- desobedeceu o ultimato
do governo interino iraquiano, e
aviões dos EUA bombardearam
alvos militares na cidade sagrada
no sul do Iraque.
Numa reviravolta em relação ao
acordo, o xeque Ahmed al Sheibani, assessor de Al Sadr, ao ser indagado sobre as demandas feitas
pelo governo interino em troca da
anistia aos rebeldes -desarme,
desmantelamento da milícia e
abandono do templo do imã
Ali-, respondeu: "Está muito
claro que as rejeitamos".
Integrantes da milícia -o Exército Mehdi- e o próprio clérigo
seguem entrincheirados no templo do imã Ali, o principal santuário xiita. Após o ataque, assessores do líder radical disseram que
ele ordenou que seus seguidores
deixassem o local, mas nenhum
movimento foi constatado.
Os bombardeiros americanos
visaram alvos nas proximidades
do templo, mas preservaram a
construção, temendo que qualquer dano ao santuário provocasse um levante nacional no país
majoritariamente xiita.
Durante a noite, ataques ainda
ocorriam. Veículos blindados
mantiveram-se estacionados nas
proximidades do santuário e de
um cemitério na periferia.
Mais cedo, os insurgentes haviam atacado com morteiros uma
delegacia na cidade, matando sete
policiais e ferindo 35.
O atual conflito, que pôs fim a
dois meses de trégua e transformou Najaf no maior foco de tensão do Iraque, começou no último dia 5 com um ataque da insurgência contra uma delegacia. As
forças americanas acorreram em
defesa dos policiais iraquianos.
Desde então, travam combates
diários com os insurgentes nas
cercanias da cidade.
Além do bombardeio de ontem,
os americanos entraram no centro histórico de Najaf na semana
passada, mas recuaram ante as
críticas de líderes religiosos e políticos dentro e fora do país.
Apesar da intensidade, não ficou claro se a operação americana
era o ataque derradeiro mencionado pelo gabinete iraquiano. O
governo do premiê interino Iyad
Allawi manteve o tom de ultimato. "Esta é a última chamada para
que eles se desarmem, abandonem o templo sagrado e levem em
consideração os interesses nacionais", disse Allawi em uma entrevista coletiva em Bagdá.
Na capital, o bairro xiita de Sadr
City voltou a ser palco de confrontos entre o Exército Mehdi e
as forças dos EUA. Um porta-voz
da milícia disse que pelo menos 10
pessoas -cinco civis e cinco insurgentes- morreram em uma
série de "embates esporádicos",
que deixaram mais 20 feridos.
O Ministério da Saúde iraquiano contabilizou oito mortos civis.
Na véspera, o comando americano disse ter matado cerca de 50 insurgentes no bairro.
Um morteiro atingiu o teto da
Embaixada dos EUA em Bagdá,
mas não causou danos. No extremo sul do país, na também xiita
Basra, a sede e os depósitos da
South Oil Co. foram incendiados.
O fogo não causou prejuízo à
produção de petróleo, que tem na
cidade sua principal via de escoamento. Ainda assim, o preço do
barril de petróleo tipo U.S. light
chegou a históricos US$ 48,75,
com o que ocorre no Iraque.
Os EUA também voltaram a
bombardear Fallujah, no oeste do
Iraque, onde o comando americano acredita estar escondido o terrorista jordaniano Abu Musab
Zarqawi, acusado de planejar
uma série de atentados no Iraque
em meados deste ano. A cidade,
um dos locais mais violentos do
pós-guerra, foi alvo freqüente de
bombardeios em junho e julho.
Com agências internacionais
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