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GUERRA NO ORIENTE MÉDIO
Israel viola o cessar-fogo e ataca Líbano
Annan afirma que ação quebra trégua; segundo israelenses, objetivo era estancar fornecimento de armas por Irã e Síria
Ministro libanês ameaça suspender envio de Exército ao sul; Irã inicia manobras militares, afirmando temer ataque de Israel e dos EUA
DA REDAÇÃO
Numa ação que a ONU e o governo em Beirute consideraram a primeira violação do cessar-fogo costurado pelas Nações Unidas na última semana,
Israel atacou o Líbano na manhã de ontem, pondo em risco a
frágil trégua na região. Um militar israelense morreu, e o Hizbollah sofreu três baixas, segundo autoridades libanesas.
Em nota, o secretário-geral
da ONU, Kofi Annan, disse estar "profundamente preocupado por uma violação do lado israelense do fim das hostilidades, como estabelece a resolução 1.701 do Conselho de Segurança". Além do ataque, o comunicado menciona também a
entrada de um avião israelense
em espaço aéreo libanês.
"Essas violações (...) põem
em perigo a frágil calma conquistada após muitas negociações e minam a autoridade do
governo do Líbano", diz a nota.
O premiê libanês, Fouad Siniora, classificou o ataque como uma "violação flagrante" do
cessar-fogo e afirmou que levaria o caso à ONU. O ministro da
Defesa, Elias Murr, ameaçou
suspender o envio de soldados
libaneses ao sul do país -que
fora acordado nas negociações
para interromper um mês de
guerra entre o Estado judeu e o
grupo terrorista xiita.
Pouco antes da nota, o premiê israelense, Ehud Olmert,
defendeu o ataque em conversa
telefônica com Annan. Ele disse que o objetivo da operação,
perto de Baalbek, no vale do Bekaa (nordeste do Líbano), foi
interromper o fornecimento de
armas ao grupo terrorista por
Irã e Síria. Afirmou também
que é preciso mais vigilância na
fronteira sírio-libanesa.
Nos termos do cessar-fogo,
Israel pode realizar ações de
defesa se suas tropas fossem
ameaçadas. O ataque de ontem
ocorreu longe das posições israelenses no sul do Líbano.
Militares israelenses afirmaram que ações do tipo continuarão até que "uma unidade
efetiva de monitoração" entre
em operação. "Se a Síria e o Irã
continuarem a fornecer armas
ao Hizbollah, Israel agirá para
defender o princípio do embargo de armas", disse o porta-voz
da Chancelaria, Mark Regev.
O ataque indica que Israel estaria atrás de uma meta maior:
resgatar os militares ou capturar um alto membro do grupo
Hizbollah.
A ONU tem enfrentado dificuldades para formar uma força de paz internacional para patrulhar o sul do Líbano, depois
de 34 dias de conflito detonados pelo seqüestro de dois soldados israelenses pelo grupo libanês. O primeiro contingente
-49 franceses- desembarcou
ontem em Naqoura. Outros
200 soldados soldados são
aguardados nesta semana.
Manobras do Irã
Soldados iranianos começaram ontem uma preparação para uma eventual ação israelense. "Dado o passado de nosso
inimigo louco, devemos nos
preparar", disse o comandante
do Exército, Attaolá Salehi.
Com agências internacionais
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