UOL


São Paulo, sábado, 20 de setembro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

IRAQUE OCUPADO

Sultan Hashim Ahmed recebe tratamento especial do Exército dos EUA, que busca reduzir hostilidades

Ministro da Defesa de Saddam se rende

DA REDAÇÃO

O comando americano no Iraque anunciou ontem a rendição do ministro da Defesa do ex-ditador Saddam Hussein, Sultan Hashim Ahmed, após um longo processo de negociação.
O general ilustra o oito de copas no baralho distribuído pelo Ministério da Defesa dos EUA e ocupa o 27º lugar na lista de iraquianos mais procurados por Washington. Desse ranking, 38 pessoas já foram presas, três foram mortas e 14 continuam foragidas -incluindo o ex-ditador, desaparecido desde o início de abril.
Ahmed, que estava ao lado de Saddam em sua última aparição pública, se entregou às forças dos EUA na cidade de Mossul, no norte do país. Ele foi levado para Bagdá, onde seria interrogado.
A rendição foi negociada por um intermediário -Dawood Bagistani, ativista curdo de direitos humanos- com o general David Petraeus, comandante da 101ª Brigada Aerotransportada. Há um mês, o general enviara uma carta a Ahmed oferecendo "uma alternativa simples mais honrosa à vida em constante fuga".
Segundo Bagistani, Ahmed deve ter seu nome retirado da lista de 55 iraquianos mais procurados e ser eximido de acusações de crimes de guerra. O intermediário disse também que o oficial iraquiano pode ser liberado tão logo termine seu interrogatório.
Entretanto o Exército americano anunciou apenas que o ex-ministro seria tratado com "decência e humanidade".
Na véspera da rendição, o coronel Joe Anderson, também da 101ª Brigada Aerotransportada, apareceu na televisão de Mossul afirmando que Ahmed seria tratado "com dignidade e respeito e teria a oportunidade para explicar sua antiga posição".
O tratamento especial dedicado a Ahmed, popular entre os líderes tribais do norte do país, é um aparente esforço americano para reduzir a hostilidade -e os consequentes ataques- às suas tropas no Iraque. Até agora, ações hostis no país durante o pós-guerra já provocaram 76 baixas nas fileiras americanas.
A expectativa do comando americano é que a rendição negociada de Ahmed leve outras autoridades e principalmente ex-soldados do regime deposto a se entregarem ou, ao menos, deixarem -ou não se alinharem- as fileiras da resistência à ocupação. Para o governo dos EUA, estas são majoritariamente formadas por simpatizantes de Saddam e por combatentes estrangeiros hostis a Washington.

Bomba em Bagdá
Na noite de ontem, o que pareceu ser uma bomba explodiu no centro de Bagdá. A polícia iraquiana e soldados americanos acorreram ao local, que foi isolado. Não houve registro de mortos nem de feridos.


Com agências internacionais

Texto Anterior: Bush deve tratar Arafat como um parceiro, diz Korei
Próximo Texto: Ataques estão mais coordenados, dizem EUA
Índice

UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.