São Paulo, sábado, 20 de outubro de 2007

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Oligarquia militar ainda domina agência

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

As acusações de Benazir Bhutto à agência central de inteligência paquistanesa, ISI, trazem à tona a mal resolvida relação dos governos civis com um dos mais poderosos serviços secretos do planeta. Criada um ano após a independência, para remediar a performance sofrível dos escritórios de inteligência civil e militar na guerra indo-paquistanesa de 1947, a agência central expandiu progressivamente sua atuação e hoje monitora quase tudo no país.
Nos anos 1950 e 1960, a ISI passou a coletar informações sobre política doméstica e "inimigos internos". A partir de 1977, sob a liderança do ditador Mohammed Zia, o islã tornou-se parte da doutrina da ISI. A agência foi a eminência parda da derrota soviética no Afeganistão, recebendo apoio dos EUA para armar os combatentes jihadistas.
Naquele período, a ISI começou a desenvolver uma doutrina própria, nem sempre coerente com as políticas governamentais. O apoio logístico ao Taleban continuou após a morte de Zia. Suspeita-se, inclusive, que a ISI teria mantido os campos de treinamento gerenciados por Osama bin Laden. A existência da ISI e a presença de armas atômicas colocam o país pobre em uma posição estratégica na geopolítica regional. (CF)


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