São Paulo, sábado, 20 de outubro de 2007

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Entusiasmo ocidental contrasta com sobriedade da mídia local

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Tratada com benevolência pelo Ocidente, a ex-premiê Benazir Bhutto é uma figura política desgastada pela corrupção e por alianças fisiológicas, embora ainda significativa, em seu próprio país. A cobertura sóbria de periódicos como o "Dawn" e "The News" sobre o retorno da líder do PPP contrasta com o entusiasmo da imprensa euro-americana.
"Jovem e glamourosa", diz o perfil da ex-premiê produzido pela rede britânica BBC, "ela construiu com sucesso a imagem de um refrescante contraste com o establishment político dominado por homens". Inicialmente, teria "relutado em seguir carreira política" -teria cedido ao chamado?
Em 1988, então aos 35 anos, Benazir, educada em Harvard e Oxford, encantou o Ocidente ao eleger-se a primeira chefe de governo de um país muçulmano. Substituía, ungida pelo voto, o ditador Mohammed Zia -o mesmo que, em 1977, depusera o governo de seu pai, executado dois anos depois-, morto sob circunstâncias suspeitas em um acidente de avião.
Se, após dez meses, seu governo era dissolvido sob acusações de corrupção -conforme previsto em lei-, era fácil acreditar na alegada perseguição política. Benazir voltaria em 1993, mais uma vez eleita. Mas logo cairia. Do segundo round de acusações foi mais difícil fugir. Condenada no Paquistão e na Suíça -onde recorreu-, investigada na França e na Polônia, ela optou pelo exílio, enquanto seu marido, conhecido como "Sr. 10%" no Paquistão, cumpria oito anos de sentença.


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