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EUA acusam Iraque de
ter arsenal biológico
DA REDAÇÃO
Os EUA disseram ontem suspeitar que Iraque, Coréia do Norte, Irã, Líbia, Síria e Sudão tenham
desenvolvido armas biológicas e
que algum desses países esteja
ajudando a rede terrorista de Osama bin Laden a obter esse tipo de
arma. O Iraque disse que os EUA
estão buscando um pretexto para
atacar Bagdá.
"A existência do programa iraquiano (de arsenal biológico) é
inegável", disse o subsecretário
americano de Controle de Armas
e Segurança Internacional, John
Bolton, no início de uma conferência dos 144 países signatários
da convenção de 1972, da ONU,
sobre armas biológicas.
A conferência de três semanas
foi organizada em Nova York para obter um acordo internacional
que reforce a legislação contra a
produção e armazenamento de
armamentos biológicos.
Além do Iraque, da Coréia do
Norte e do Irã, países contra os
quais os EUA têm fortes suspeitas, Bolton disse que a Síria e a Líbia podem ter condições de produzir pequenas quantidades de
armas biológicas, enquanto o Sudão expressou forte interesse em
desenvolver um programa desse
tipo. Síria e Sudão não assinaram
a convenção da ONU.
O Iraque rechaçou imediatamente a acusação, dizendo que
Washington está buscando um
pretexto para atacar Bagdá. Condoleezza Rice, conselheira do presidente George W. Bush em questões de segurança nacional, deixou aberta anteontem a possibilidade de os EUA virem a atacar o
Iraque.
Fontes diplomáticas disseram
que as acusações de Washington
contra os seis países podem acirrar os ânimos na conferência, dificultando um acordo para a implementação de novas medidas contra o arsenal biológico.
A conferência da ONU, a sexta
realizada até agora para rever a
Convenção de Armas Biológicas,
está examinando um novo protocolo proposto para facilitar a verificação do cumprimento do acordo de 1972.
Tratados de controle de armas
firmados nos anos 90 para banir
armamentos químicos e testes
nucleares subterrâneos contam
com regimes de inspeção rigorosos, mas o pacto contra armas
biológicas ainda não tem mecanismos de inspeção.
Os EUA rejeitaram o novo protocolo - resultado de mais de
cinco anos de negociações-
num encontro preparatório em
julho, dizendo que esse tipo de
controle abriria os centros de pesquisa industrial e militar americanos a olhos espiões estrangeiros
sem qualquer garantia de que as
regras do pacto estariam sendo
cumpridas por outras nações.
Embora os EUA tenham sido
duramente criticados por bloquear o protocolo, Bolton insistiu,
na conferência, que o novo plano
de inspeções seria ineficiente.
Com os EUA ainda abalados pelos ataques com antraz ocorridos
após os atentados terroristas de 11
de setembro, o representante
americano disse que o primeiro
passo para banir esse tipo de arma
é fazer com que as leis existentes
sejam cumpridas.
Bolton apresentou alternativas
para tornar a convenção mais rígida. Washington quer que o secretário-geral da ONU receba poderes para ordenar inspeções apenas quando houver suspeitas de
violação do tratado.
Ele também pediu que os países
signatários imponham penas severas contra quem violar o acordo
e facilitem a extradição de suspeitos.
Os primeiros países a falar na
conferência, entre eles China,
Rússia e Canadá, manifestaram
apoio a um acordo multilateral a
ser cumprido por todos. O Japão
também considera que inspeções
obrigatórias sejam necessárias
para a eficácia do tratado.
Algumas organizações não-governamentais acusaram Washington de estar protegendo sua
indústria farmacêutica e biotecnológica, que teme a espionagem
industrial.
Com agências internacionais
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