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CRISE EM NY
Empresas optam por deixar a área dos ataques de 11 de setembro, que também perde moradores
Região dos atentados enfrenta recessão
CHARLES V.BAGLI
DO "THE NEW YORK TIMES"
A recuperação de Baixa Manhattan, iniciada no final dos
anos 90, está em processo de reversão. Seis edifícios, totalizando
1,25 km2, foram destruídos nos
ataques de 11 de setembro, quando mais de 4.500 pessoas morreram. Entretanto, os prédios que
restaram não foram ocupados.
Há mais escritórios vazios hoje na
região do que antes do ataque.
Como resultado, restaurantes,
lojas e pequenos negócios estão
reclamando que os executivos
que antes enchiam as ruas desapareceram. E moradores da região próxima ao World Trade
Center estão fugindo.
De acordo com a imobiliária
Newmark & Company, há cerca
de 1 km2 de área vaga para escritórios em Baixa Manhattan. Até
49% dessa área ficou disponível
depois dos atentados. Quase metade desse espaço é decorrente de
demissões feitas pelas empresas
ou porque elas se mudaram para
uma região mais central, para
Brooklyn ou para os subúrbios.
"Não há grandes incentivos para trabalhar em Baixa Manhattan
hoje porque a rede de transporte
não está funcionando", afirma Jonathan Litt, analista imobiliário
da Salomon Smith Barney.
Ninguém acredita que Nova
York vá deixar de ser o centro financeiro internacional. Entretanto, o ataque acelerou a dispersão
de instituições financeiras de Baixa Manhattan para o centro da cidade e para Jersey City.
Antigos locatários como Empire Blue Cross e Blue Shield decidiram transferir suas operações e
seus 1.900 funcionários para
Brooklyn e Midtown. A torre dos
Lehman Brothers, que sofreu avarias no ataque, decidiu mudar a
maior parte de suas operações para um novo arranha-céu quase
pronto em Midtown.
É com essa perspectiva que o
governador George E. Pataki está
colocando a Corporação de Desenvolvimento de Baixa Manhattan para canalizar recursos federais e estaduais para a revitalização de Baixa Manhattan, não apenas para o local dos ataques.
O Escritório de Orçamento Independente da cidade estima que
a renda da cidade vá sofrer queda
de US$ 925 milhões neste ano e
até US$ 1,8 bilhão em 2002, devido a demissões, queda nos lucros
de Wall Street e à perda do imposto recolhido nos edifícios.
Entretanto, ainda não está claro
quanto dinheiro federal irá chegar
até Nova York. A Casa Branca e o
Congresso repassaram apenas
US$ 9,2 bilhões de US$ 20 bilhões
prometidos.
Os problemas que a Baixa Manhattan enfrenta hoje estão moldando o debate sobre como a região deverá ficar no futuro.
Nos dias logo após o ataque,
muitos projetistas e autoridades
da cidade argumentaram que, se
seis torres haviam sido destruídas, então seis novas torres deveriam ser construídas imediatamente, com subsídios governamentais para estimular a indústria de construção.
Mas logo ficou claro que há
pouca demanda para novos escritórios. Ao menos a curto prazo,
dizem os agentes imobiliários,
qualquer empresa que queira se
expandir ou mudar para a Baixa
Manhattan, onde o aluguel é mais
barato do que em Midtown, pode
alugar espaços vagos em prédios
já existentes.
Alguns analistas acreditam que
agora é mais importante corrigir
problemas mais duradouros da
região e tornar a área mais atraente para turistas e moradores.
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