São Paulo, quarta-feira, 20 de novembro de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

EUA

Senado aprovou ontem por 90 votos a favor e nove contra; órgão é prioridade do governo Bush na guerra ao terrorismo

Departamento de Segurança Interna é criado

DA REDAÇÃO

O Senado dos EUA aprovou ontem a criação do Departamento de Segurança Interna. O objetivo do novo órgão é evitar que outros atentados como os de 11 de setembro de 2001 aconteçam.
Noventa senadores votaram a favor do projeto. Nove foram contrários. Na Câmara, onde a aprovação aconteceu na semana passada, a vitória foi por 299 a 121. A decisão acontece pouco antes da posse do novo Congresso americano, eleito neste mês.
A decisão é uma vitória para o presidente dos EUA, George W. Bush. A criação do Departamento de Segurança Interna é uma de suas prioridades na guerra contra o terrorismo.
Essa é a maior reorganização do governo federal americano em 50 anos. O novo departamento terá sob seu controle 22 agências, entre elas parte do serviço secreto, o controle das fronteiras e a Guarda Costeira.
A CIA (serviço de inteligência dos EUA) e o FBI (polícia federal americana) não fazem parte do departamento (equivalente a ministério no Brasil). Porém o Departamento de Segurança Interna terá acesso às informações dessas duas agências.
Um dos objetivos de Bush é que não se repitam falhas de comunicação como em 11 de setembro, quando os ataques contra o World Trade Center, em Nova York, e o Pentágono, nos arredores de Washington, talvez pudessem ter sido evitados.
O presidente festejou a criação do departamento a bordo do avião presidencial Air Force One. Bush chega hoje à Europa para participar de reunião da Otan (aliança militar ocidental).
"Essa legislação irá melhorar a segurança de todos os americanos neste momento de medo, pós-11 de setembro", disse o senador democrata Joseph Lieberman, de Connecticut. Lieberman foi quem primeiro fez a proposta de criação do Departamento de Segurança Interna, um mês após os ataques terroristas. Oito meses mais tarde o presidente apresentou uma proposta similar, porém bem mais ampla.
Além da incorporação das agências, o Departamento de Segurança Interna terá as seguintes atribuições: prover o presidente de autoridade para nomear, demitir e transferir funcionários em nome da segurança nacional; permitir o uso de armas nas cabines de aviões para evitar sequestros; escuta telefônica de suspeitos.
O senador democrata Robert Byrd, da Virgínia Ocidental, considerado um dos principais opositores da criação do departamento, disse que a população americana "está recebendo um elefante burocrático".
Analistas afirmam que pode demorar até sete anos para que o departamento consiga incorporar a totalidade das 22 agências. Eles afirmam que Bush deve nomear o novo secretário para a pasta o mais breve possível.
O nome mais cotado para ocupar o cargo é Tom Ridge, que atualmente dirige a Secretaria de Segurança Interna. Essa secretaria foi criada após os ataques e é um embrião do novo departamento.
O orçamento atual das 22 agências que serão incorporadas pelo órgão é de cerca de US$ 40 bilhões. O número de funcionários é de 170 mil. Não está definida ainda qual será a verba destinada ao novo departamento. Tampouco se sabe se haverá demissões.
Antes da aprovação, os republicanos haviam rejeitado emendas democratas ao projeto. Alguns membros do Partido Democrata votaram com o Partido Republicano, o mesmo do presidente.


Com agências internacionais


Texto Anterior: Rotina
Próximo Texto: Iraque na mira: Bagdá promete dar lista de armas
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.