DA REDAÇÃO

O premiê britânico, Tony Blair, e o ditador paquistanês, Pervez Musharraf, encontraram-se ontem em Lahore, no Paquistão, a fim de fortalecer a cooperação entre os dois países na luta contra o terrorismo. A visita de Blair ocorre em meio a uma crise de violência no Afeganistão -país vizinho ao Paquistão-, onde 36 soldados britânicos morreram neste ano, em combates com milicianos do Taleban.
Os dois países assinaram na capital, Islamabad, pacotes de ajuda nas áreas de segurança, saúde e educação, com o intuito de promover um islamismo mais moderado e de prevenir que o Paquistão se torne um refúgio para extremistas que queiram a atacar o ocidente.
Musharraf admitiu que militantes locais estavam auxiliando o Taleban no Afeganistão. O ditador já foi acusado de dar abrigo para terroristas na fronteira.
Blair afirmou que o poder militar não pode derrotar sozinho o terrorismo e reconheceu que a solução para a crise no Oriente Médio é a chave para diminuir o extremismo. O premiê britânico prometeu dobrar sua ajuda financeira ao Paquistão para reformar as madraças -escolas islâmicas religiosas-, algumas das quais têm sido acusadas de encorajar o radicalismo islâmico.
No Paquistão, tanto militantes pró-Taleban como a Al Qaeda têm se envolvido em combates com soldados paquistaneses em regiões tribais na fronteira com o Afeganistão.
"Começaremos a ganhar quando lutarmos adequadamente, e eu acho que nós estamos lutando adequadamente -mas temos que fazer mais", disse Blair, aparentemente reconhecendo que uma estratégia apenas militar não ganhará o apoio de muçulmanos moderados.