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SUCESSÃO NOS EUA / GUERRA SEM LIMITES
Al Qaeda insulta e ameaça Obama
Número dois da rede terrorista chama presidente eleito de "escravo de brancos" e pede ataques aos EUA
Para analistas, mensagem
exibe desamparo ideológico do grupo ante a expectativa de que democrata melhore imagem dos EUA no mundo
DA REDAÇÃO
O número dois na hierarquia
da rede terrorista Al Qaeda, Ayman al Zawahiri, afirmou em
gravação de áudio divulgada
ontem na internet que o presidente americano eleito, Barack
Obama, é um "escravo negro a
serviço dos brancos".
O pronunciamento foi o primeiro da Al Qaeda após a eleição presidencial nos EUA, no
dia 4 de novembro, e aparentemente visava convencer os muçulmanos de que Obama não
mudará as políticas americanas
no Oriente Médio.
"Obama é o exato oposto de
negros americanos honrosos
como Malcolm X", diz a gravação, numa referência a um dos
líderes do movimento negro
nos EUA nos anos 60, que era
muçulmano.
As críticas a Obama se estendem ao ex-secretário de Estado
Colin Powell (2000-04) e à sua
sucessora, Condoleezza Rice.
Zawahiri compara os três
"àqueles escravos negros que
viviam na casa grande e gozavam de mais privilégios que os
[escravos] do campo".
No áudio, o sub de Osama bin
Laden se dirige diretamente ao
presidente americano eleito
-cujo pai era queniano- e o
condena por ter supostamente
renegado suas ascendência islâmica. "Você nasceu de um pai
muçulmano, mas escolheu ficar do lado dos inimigos do islã", diz Zawahiri. O pai de Obama, já morto, era ateu, mas sua
família, muçulmana.
Ele insistiu em que "a nação
islâmica recebeu com amargura a posição [de Obama] sobre
Israel". Em visita a Jerusalém
na campanha, o democrata
prometeu manter a estreita relação entre a Casa Branca e Israel e descartou pressionar os
israelenses a fazerem concessões de paz que "comprometam sua segurança". Obama
também disse que Jerusalém
era indivisível.
Zawahiri exortou os muçulmanos a "continuarem fazendo
o mal" aos EUA e previu o fracasso da política de reforço de
contingente prometida por
Obama no Afeganistão, país
que o democrata considera
prioritário na guerra ao terror.
Para especialistas, a voz da
gravação é provavelmente de
Zawahiri e reflete o desamparo
ideológico da Al Qaeda sob a expectativa de que Obama melhore a imagem dos EUA.
Segundo Bruce Hoffman, da
Universidade Georgetown, Zawahiri está tentando manter
aceso o ódio antiamericano de
parte dos muçulmanos. "Ele está dizendo: "não acreditem nessa história de mudança, temos
que combater com a mesma firmeza de antes'", comenta.
Washington afirmou que os
comentários são "depreciáveis"
e provam que a Al Qaeda ainda
ameaça os EUA.
Relatório do serviço secreto
americano divulgado no início
do ano afirma que a Al Qaeda,
responsável pelo 11 de Setembro, ampliou sua capacidade de
atacar o país, apesar de ter sofrido reveses como a captura e
morte de líderes. O documento
aponta ainda o Paquistão como
atual "santuário" da organização. Dias atrás, a CIA disse que
a rede opera hoje sem Bin Laden, que estaria isolado e focado em sobreviver.
Com agências internacionais
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