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DE OLHO NO PODER
Os cenários para a próxima eleição presidencial serão marcados pelos desdobramentos do caso Lewinsky
Caso vai influenciar a sucessão de 2000
da Sucursal de Brasília
O que está em
jogo na guerra
do impeachment de Bill
Clinton é muito
menos o empenho por princípios morais do
que o desejo de conquistar poder.
Principalmente o Poder Executivo.
Os cenários para a próxima eleição presidencial, em novembro de
2000, serão fortemente influenciados pelos desdobramentos do processo de impeachment de Clinton.
O vice-presidente Al Gore tem
vínculos fortíssimos com o presidente. Nenhum vice na história do
país desfrutou de tanto acesso ao
presidente como ele. Com vantagens e desvantagens decorrentes.
Se Clinton terminar seu mandato
com os índices de aprovação que
conseguiu manter nos últimos
anos, o apoio da Casa Branca será
mais valioso do que nunca ao candidato de sua preferência, Gore.
Mas se a imagem do presidente
em 2000 estiver muito machucada
pelas rebarbas do impeachment, o
atual vice vai sofrer os efeitos.
Por exemplo, pelo menos três
políticos de projeção do próprio
partido de Clinton e Gore, o Democrata, avaliam a possibilidade
de desafiar o vice na disputa pela
candidatura presidencial em 2000.
Eles são: o líder do partido na Câmara, Richard Gephardt, de Missouri, o senador por Minnesota
Paul Wellstone e o ex-governador
de Nova Jersey Bill Bradley.
A máquina partidária está ainda
sob o firme controle de Clinton e
Gore. Mas Gephardt tem grande
intimidade com e influência sobre
ela, tanto que tem se mantido na liderança do partido na Câmara
apesar de seus frequentes desentendimentos com a Casa Branca.
Gephardt e Gore são inimigos
históricos. Em 1988, eles disputaram a candidatura presidencial democrata com Jesse Jackson e Michael Dukakis, que foi o escolhido.
Gephardt está mais "à esquerda"
de Gore. Ele representa a ala do
partido que ficou fiel ao ideário de
Franklin Roosevelt, baseado em
programas sociais de largo alcance
e grande participação do Estado na
economia. Gephardt também defende o nacionalismo econômico.
As pretensões de Wellstone são
mais quixotescas. Ele é o político
de projeção nacional mais próximo do socialismo que há nos EUA.
Já Bradley, embora seja um marginal no partido (do que chegou a
se desligar formalmente), pode se
tornar um fenômeno eleitoral.
No passado, Bradley foi um ídolo
nacional do basquete e popular governador de um Estado importante. Metido a idealista, rompeu com
a política tradicional e se aposentou provisoriamente, à espera de
uma chance, como a de agora, para
fazer a reentrada triunfal.
Do lado do Partido Republicano,
o impeachment já começou a delinear o cenário presidencial ao desalojar um dos aspirantes à Casa
Branca em 2000, Newt Gingrich.
Gingrich, que liderou a histórica
vitória dos republicanos nas eleições parlamentares de 1994, errou
na mão este ano ao centrar a campanha no impeachment e está fora
da corrida presidencial de 2000.
Se não houver surpresa, o favorito para obter a candidatura republicana é George Bush, governador
reeleito do Texas, filho do ex-presidente, líder da ala moderada do
partido, livre de acusações de ordem ética e distanciado de Washington e da luta do impeachment.
Bush é um candidato fortíssimo,
que contará com o apoio do irmão
governador da Flórida, do pai e da
influente comunidade hispânica.
Fora Bush, possíveis aspirantes
republicanos à Presidência são o
governador reeleito de Nova York,
George Pataki, o prefeito de Nova
York, Rudolph Giulianni e, com
menos chances, mas grande apelo
à imaginação, Elizabeth Dole, mulher do ex-senador Bob Dole.
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