São Paulo, quarta-feira, 21 de janeiro de 2004

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ORIENTE MÉDIO

Bombardeio é resposta a ação do grupo que matou soldado israelense; Israel acusa Síria, e EUA condenam Hizbollah

Israel ataca bases do Hizbollah no Líbano

DA REDAÇÃO

Israel lançou ontem um ataque aéreo contra posições do grupo extremista islâmico Hizbollah no sul do Líbano, a poucos quilômetros da fronteira israelense. A ação foi uma resposta à morte de um soldado de Israel na divisa entre os dois países, anteontem.
Não há informações sobre vítimas no ataque israelense, que atingiu as vilas de Zebqin e Wadi Sluqi, perto da costa libanesa. Segundo autoridades libanesas, foram lançados pelo menos três mísseis pelos aviões israelenses em dois ataques aéreos.
Na ação do Hizbollah de anteontem, uma bomba provocou a explosão de uma escavadeira israelense, causando a morte de um soldado. O grupo afirma que o veículo havia atravessado para o lado libanês.
Israel, inicialmente, afirmou que a escavadeira estava do lado israelense. Porém, ontem, o comandante do Exército de Israel na região, general Yair Golan, disse que parte do veículo chegou a entrar um ou dois metros dentro do território libanês apenas para que fosse realizada uma manobra.
A Unifil (Forças Interinas das Nações Unidas no Líbano) confirmou que o veículo israelense estava do lado libanês.
O secretário de Estado dos EUA, Colin Powell, acusou o Hizbollah de forçar Israel a bombardear as bases do grupo no sul do Líbano e exigiu que a Síria suspendesse o apoio ao grupo. "Considero lamentável que o Hizbollah tenha sido a causa do ataque", afirmou.
Dore Gold, assessor do premiê israelense, Ariel Sharon, afirmou que a Síria é a responsável pelo ataque por dar apoio ao Hizbollah. "O ataque do Hizbollah [de anteontem] contra posições israelenses ilustra a duplicidade do regime sírio, que fala em paz e ao mesmo tempo apóia o ação do Hizbollah, que viola as resoluções da ONU", disse.
Apesar de culpar Damasco, o governo israelense, após quatro horas de reunião, preferiu não atacar a Síria para evitar uma escalada da violência na região.
O último ataque de Israel contra posições do Hizbollah ocorreu em agosto de 2003. A região está relativamente calma desde maio de 2000, quando Israel se retirou do sul do Líbano.
O Hizbollah, considerado terrorista pelos EUA e por Israel, é um partido político no Líbano, onde possui uma rede de TV. No mundo árabe é visto como uma resistência contra Israel. Além da Síria, o Irã apóia o grupo.
Um porta-voz do Hizbollah disse ontem que as lideranças do grupo ainda vão determinar a data, o alvo e a magnitude da resposta ao ataque israelense.

Colonos
Seis colonos judeus e três soldados israelenses ficaram feridos ontem em confrontos causados após a chegada das tropas de Israel ao assentamento de Tapuah (Cisjordânia) -que é desautorizado pelo governo israelense-, onde elas tinham ordens de demolir uma sinagoga construída ilegalmente. Foram presos 17 colonos. Parte da sinagoga foi demolida após autorização da Suprema Corte. Na faixa de Gaza, foram demolidas 25 casas em outro assentamento desautorizado.


Com agências internacionais


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