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Lugo põe militares em busca de grupo armado no Paraguai
Soldados irão rastrear sequestradores de fazendeiro que se dizem ser parte de organização guerrilheira
DA REDAÇÃO
O presidente do Paraguai,
Fernando Lugo, ordenou ontem o envio de mil soldados ao
departamento (Estado) de
Concepción (500 km ao norte
de Assunção) para que participem da caçada aos sequestradores do fazendeiro Fidel Zavala, liberado no domingo passado após 94 dias de cativeiro.
O sequestro reivindicado pelo grupo EPP (Exército do Povo
Paraguaio), suposto movimento guerrilheiro que angaria fundos para patrocinar uma revolução no Paraguai, jogou mais
combustível à crise política do
país. Há meses há intenso embate entre o esquerdista Lugo,
seu próprio vice, Federico
Franco, e os partidos opositores no Legislativo.
O envio de efetivo militar por
Lugo visa também aplacar as
críticas da oposição, que liga
sua base política mais à esquerda com o EPP e ameaçava abrir
processo de impeachment contra Lugo pelas supostas falhas
de conduta no caso.
O governo lançou ainda campanha listando supostos integrantes do grupo e oferecendo
recompensa do equivalente a
US$ 107 mil por informações
sobre o paradeiro deles.
O governo paraguaio pediu
ontem que o Brasil extradite
Juan Arrom, Anuncio Martí e
Víctor Colmán, militantes esquerdistas acusados de ter ligação com o grupo. Os três receberam refúgio no Brasil em
2002 após serem processados
por suposto envolvimento no
sequestro de uma mulher de
um fazendeiro naquele ano.
A polícia deteve ainda ao menos dez moradores da zona de
Concepción acusados de colaborar com o EPP.
O fazendeiro Zavala foi liberado no domingo após o pagamento de recompensa -o valor
não foi divulgado, mas a imprensa paraguaia fala de um
montante entre US$ 500 mil e
US$ 1 milhão. Antes, o grupo
havia exigido que a família distribuísse 30 cabeças de gado a
famílias pobres da região.
O EPP, a quem se atribuem
outros sequestros, atuaria em
Concepción, na fronteira com o
Brasil, e no departamento de
San Pedro, berço político de
Lugo -as regiões são as mais
pobres do Paraguai.
Ontem, ao anunciar o envio
dos soldados, Lugo e seu ministro do Interior, Rafael Filizzola,
enfatizaram que o problema da
zona não é apenas delinquência, mas ausência de Estado.
"Esse processo não termina
com a busca e captura dos delinquentes. Trata-se de um
projeto de apoio global para o
desenvolvimento e bem-estar
das populações da região", discursou Lugo.
Com agências internacionais
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