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CRÍTICA
Para Garcia, grupo representa o "fracasso" de entidades internacionais como ONU
Assessor de Lula faz ataque ao G8
DA REDAÇÃO
Marco Aurélio Garcia, assessor
especial para assuntos internacionais da Presidência da República,
afirmou ontem em Tóquio que o
"G8 [grupo dos sete países mais
ricos do mundo mais a Rússia] representa o fracasso das organizações internacionais", segundo relato da agência de notícias Efe.
Garcia disse que o Brasil não é
contra o G8 "nem está pedindo
seu ingresso [na organização]",
mas acredita que o grupo tenha
assumido funções e tomado decisões que deveriam estar a cargo
de órgãos das Nações Unidas, como o Conselho de Segurança e o
Conselho Econômico e Social.
As declarações foram dadas em
uma entrevista coletiva no Clube
dos Correspondentes Estrangeiros. Garcia está no Japão, a convite do governo do país, para fazer
uma série de contatos com representantes das áreas econômica e
social e membros da comunidade
brasileira. Procurados pela Folha,
nem o Itamaraty nem a assessoria
de Garcia se pronunciaram sobre
se as afirmações representam a
opinião do governo brasileiro.
O grupo hoje denominado G8
surgiu nos anos 1970, com apenas
seis países, como um fórum para
discussão de questões macroeconômicas. Sua agenda foi se ampliando e incluindo temas econômicos específicos e também políticos e sociais. Na década passada,
decisões do grupo resultaram em
mudanças estruturais no Banco
Mundial e no Fundo Monetário
Internacional.
Os oito países (EUA, Alemanha,
Reino Unido, França, Itália, Canadá, Japão e Rússia) realizam cúpulas anuais, que incluem a presença de representantes da União
Européia e convidados eventuais.
No encontro do ano passado, na
França, o presidente Luiz Inácio
Lula da Silva foi um dos 13 participantes extras. Em seu discurso,
Lula cobrou dos países ricos
"uma nova equação [econômica],
que permita a retomada do crescimento e inclua os países em desenvolvimento".
Lula ainda se referiu à presença
de 12 países em desenvolvimento
na reunião do G8 como um fato
que "não tem volta atrás". Até
agora, no entanto, o Itamaraty
não recebeu nenhum convite ao
Brasil por parte dos Estados Unidos, o país anfitrião da próxima
reunião, que acontecerá em junho. Há alguma tensão nas relações dos dois países por causa de
divergências quanto à Alca (Área
de Livre Comércio das Américas)
e à Guerra do Iraque.
Conselho de Segurança
Em Tóquio, Garcia voltou a defender uma reforma do Conselho
de Segurança que incluísse a entrada de novos membros permanentes -com o Brasil entre eles.
Segundo ele, o objetivo do Brasil
é a obtenção de uma "presença
mais equilibrada, num mundo
globalizado, política e economicamente assimétrico e dominado
por valores conservadores".
Garcia também destacou a importância da ONU frente à "situação de crise internacional dos últimos dez anos". Uma crise que se
deve, na opinião do assessor presidencial, "à ameaça terrorista, à
existência, ou não, de armas de
destruição em massa e à ausência
de normas que regulem a segurança do mundo, evidenciada na
Guerra do Iraque".
Com agência Efe
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