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ORIENTE MÉDIO
Abbas deve formalizar hoje a nomeação de Ismail Haniyeh, indicado pelo Hamas, como novo premiê palestino
Aiatolá pede que muçulmanos financiem palestinos
DA REDAÇÃO
O líder supremo do Irã, aiatolá
Ali Khamenei, propôs ontem que
as nações muçulmanas dessem
uma ajuda financeira anual ao governo palestino e apoiou a recusa
do grupo terrorista Hamas, majoritário no novo Parlamento palestino, em reconhecer Israel.
O líder político do Hamas, Khaled Mashal, esteve no Irã como
parte de um tour às nações árabes
em busca de apoio político e financeiro, diante da suspensão de
transferência de recursos de Israel
para a Autoridade Nacional Palestina, anunciada anteontem, e
das ameaças dos EUA e da União
Européia de fazer o mesmo.
"Uma ajuda financeira anual à
[Autoridade Nacional] Palestina é
uma maneira pela qual as nações
muçulmanas podem dividir a responsabilidade com os palestinos", disse Khamenei, de acordo
com a TV estatal iraniana.
Essa ajuda, disse, "criará um
vínculo importante entre os muçulmanos e a causa palestina e terá um impacto importante no
mundo".
Na mesma linha, a Irmandade
Muçulmana -o maior movimento político fundamentalista
da região -anunciou que irá pedir que seus simpatizantes contribuam com o governo do Hamas
financeiramente, doando um
quarto de sua renda.
"Pedimos a todo e qualquer
muçulmano que ajude os palestinos diante essa campanha dura e
injusta [contra o Hamas]", disse o
líder da irmandade, Mohammed
Mahdi Akef.
Mais tarde, o presidente do Irã,
Mahmoud Ahmadinejad, instou
os líderes do Hamas a continuar
sua luta contra o Estado de Israel e
disse que não se preocupassem
com a falta de recursos.
"Baseado nas regras internacionais, seu futuro governo pode lutar pela liberação de sua terra ocupada", disse, segundo a agência
de notícias estatal.
"Uma vez que os tesouros divinos são eternos, vocês não devem
se preocupar com assuntos financeiros", acrescentou.
UE, EUA e Israel condicionam a
manutenção de apoio financeiro à
ANP ao reconhecimento, pelo
Hamas, do Estado israelense, e à
renúncia à violência.
Governo
Depois da vitória nas eleições legislativas de janeiro e da posse do
novo Parlamento, no fim de semana, o Hamas iniciou ontem
conversas com o presidente da
ANP, Mahmoud Abbas, em torno
da formação do novo governo.
Hoje, Abbas deve formalizar a
indicação de Ismail Haniyeh, 43,
apontado pelo Hamas para ocupar o cargo de premiê da ANP.
O novo premiê terá até cinco semanas para formar o governo,
que deverá, segundo Abbas, reconhecer acordos anteriores celebrados com Israel e se comprometer a buscar a criação de um
Estado por meio de negociações.
Haniyeh propôs um governo de
coalizão com o Fatah, partido de
Abbas, derrotado nas eleições, e
com o grupo terrorista Jihad Islâmico. Até o momento, os dois têm
se negado a participar.
Com agências internacionais
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