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HAMAS NO PODER
Haniyeh encarna luta entre armas e política
Novo premiê tem perfil pragmático
SAKHER ABU EL OUN
DA FRANCE PRESSE, EM GAZA
Ismail Haniyeh, 43, escolhido
pelo Hamas no último domingo
para ser o premiê e formar o novo governo palestino, tem fama
de pragmático dentro do movimento islâmico.
Sua família é originária de
Ashkelon, no sul de Israel. Ele
nasceu no campo de refugiados
de Chatti, na faixa de Gaza, onde
ainda vive.
De barba grisalha bem cortada, vestindo quase sempre camisa e blazer, Haniyeh encarna
a luta interna dentro do Hamas
entre a resistência armada e a luta política convencional.
A parede da sala de sua casa
ostenta o retrato do fundador e
líder espiritual do Hamas, o xeque Ahmed Yassin, assassinado
por Israel em 2004 e do qual Haniyeh era o braço direito.
Membro do escritório político
do grupo terrorista, encabeçado
por Khaled Mashal, Haniyeh fez
seus estudos primários e secundários numa escola financiada
pela agência da ONU de ajuda
aos refugiados palestinos
(UNRWA, em inglês). Depois,
fez a Faculdade de Educação da
Universidade Islâmica.
Haniyeh militou no braço estudantil da Irmandade Muçulmana, organização da qual saiu
o próprio Hamas. Foi preso por
Israel diversas vezes durante a
primeira Intifada, ficando detido por 18 dias em 1987, seis meses em 1988 e três anos a partir
do ano seguinte.
Em dezembro de 1992, juntamente com dezenas de líderes
do Hamas e do grupo terrorista
Jihad Islâmico, ele foi expulso
por Israel por seis meses, sendo
enviado ao sul do Líbano.
Conhecido por sua calma,
suas posições pragmáticas e sua
vontade de preservar a unidade
palestina, Haniyeh é popular no
Hamas e mantém boas relações
com variados grupos palestinos.
Haniyeh é visto como o mais
importante dirigente político do
Hamas na Faixa de Gaza desde o
assassinato, por Israel, do xeque
Ahmed Yassin. Ele próprio escapou de uma tentativa de assassinato em setembro de 2003.
Apelidado de Abu Abed, ele é
casado e pai de 11 filhos.
Tradução de Clara Allain
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