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AÇÃO MILITAR
Tropas entram no Iraque pelo sul; Pentágono diz que a maior ofensiva ainda não começou
EUA iniciam operações terrestres
DA REDAÇÃO
Ao término do primeiro dia da
operação Liberdade Iraquiana, os
EUA iniciaram ações terrestres,
ao mesmo tempo que voltaram a
atingir Bagdá, na segunda leva de
bombas em menos de 24 horas.
Apesar das movimentações de
tropas anglo-americanas na fronteira Kuait-Iraque e dos mais de
40 mísseis disparados contra a capital iraquiana, o secretário da
Defesa dos EUA, Donald Rumsfeld, disse que os ataques até agora foram uma amostra do que as
forças americanas ainda farão.
"O que se seguirá não será uma
repetição de qualquer outro conflito. Terá força, amplitude e escala que irá além de tudo o que já vimos antes", declarou Rumsfeld.
O ataque terrestre começou pelo sul do Iraque, onde fuzileiros
navais dos dois países cruzaram a
fronteira para ganhar posições
dentro do território iraquiano.
O avanço das tropas teve apoio
de uma barragem de artilharia pesada -tanques, helicópteros e fuzileiros montaram a cobertura
para a operação, em um raio de
cerca de 70 quilômetros.
As tropas invasoras foram divididas em dois grupos -o primeiro ganha terreno em direção a
Bagdá, o segundo, segue em direção a Basra, no sul do país.
Segundo a rede CNN, a coluna
para Bagdá, que não estaria enfrentando resistência, é liderada
por helicópteros de reconhecimento Kiowa, seguidos por tanques Abrams e veículos Bradley.
Segundo a rede americana CBS,
um grupo de soldados iraquianos
que protegia uma área na fronteira se rendeu a esses fuzileiros navais. A rendição teria ocorrido
após confronto, o primeiro choque em solo entre militares dos
EUA e do Iraque.
A TV iraquiana também confirmou a presença das tropas dos
EUA na fronteira ao sul, mas não
admitiu a invasão. "Os covardes
inimigos tentaram se infiltrar em
nossas fronteiras, mas os bravos
filhos do Iraque estavam esperando por eles", disse a emissora.
Segundo a agência de notícias
oficial do Kuait, a cidade portuária de Umm Qasr já teria sido conquistada pelos EUA, com apoio
de kuaitianos. O governo iraquiano nega a tomada de seu porto.
O Pentágono informou também que, ainda no sul do Iraque,
havia relatos de incêndios de três
ou quatro campos de petróleo na
região de Basra.
Correspondentes da agência de
notícias Reuters disseram ter ouvido sons de explosões vindos da
direção de Basra. A cidade, que
também teria sido bombardeada
ontem, é o maior centro do sul
iraquiano e um dos primeiros
pontos que a ofensiva de EUA e
Reino Unido pretende tomar.
Bagdá
O segundo bombardeio de Bagdá começou pouco após as 20h
(hora local, 14h, em Brasília). O
ataque, concentrado em cerca de
dez minutos, envolveu mísseis
disparados de navios e submarinos dos EUA e do Reino Unido no
golfo Pérsico e no mar Vermelho
-mais de 40, segundo o Pentágono. O Iraque disse que foram 72
-alguns teriam sido destruídos
por baterias antiaéreas.
Caças F-14 e F/A-18 também
lançaram, segundo os EUA, bombas de precisão de 900 quilos.
Bagdá confirmou que a maior
residência oficial de Saddam Hussein foi atingida. Também foram
destruídos prédios dos ministérios do Planejamento, das Relações Exteriores e da Defesa.
O governo iraquiano informou
a morte de quatro militares nos
ataques em Bagdá -haveria outros quatro feridos. Segundo a
Cruz Vermelha, um civil foi morto e 14 pessoas ficaram feridas.
A reação de Saddam ocorreu no
disparo de mísseis contra o Kuait.
Helicópteros
Os EUA perderam três helicópteros ontem em movimentações
na região da fronteira. Segundo o
Pentágono, duas das aeronaves fizeram pousos de emergência,
após terem apresentado problemas técnicos. O governo iraquiano afirmou que as derrubou. Não
havia dados sobre mortes nem
detalhes sobre a terceira queda.
Os seis tripulantes do helicóptero MH-53 Pave Low e os dois do
helicóptero de ataque Apache foram resgatados sem ferimentos.
O Pentágono informou que um
dos helicópteros, que caíra no Iraque, foi destruído pelos americanos para que não fosse tomado
pelo Exército de Saddam Hussein.
No norte do Iraque, a agência
France Presse identificou um incêndio, de origem desconhecida
até a conclusão desta edição em
Kirkuk, cidade de predominância
curda. A TV Al Jazeera, do Qatar,
identificou explosões em outra cidade do norte, Mosul, na qual sirenes de alarme haviam soado.
Com agências internacionais
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