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CASA BRANCA
Presidente se diz "confiante" nos soldados americanos e fala de saúde, educação e economia
Bush tenta mostrar tranquilidade
FERNANDO CANZIAN
DE WASHINGTON
O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, tentou passar ontem um clima de normalidade ao país enquanto autoridades do Pentágono voltaram a insistir em que a população se prepare para a ""perda de vidas" no
conflito contra o Iraque.
Em meio à guerra, Bush começou a falar de saúde, educação e
da necessidade de a economia do
país continuar crescendo.
Apesar da intenção do presidente, um clima hostil prevaleceu
do lado de fora da Casa Branca.
Cercada por 30 carros da polícia, a sede do governo e o centro
de Washington voltaram a ser alvos de protestos de manifestantes
contrários à guerra -que terminaram com três prisões.
Bush começou a trabalhar cedo,
às 6h50, depois de ter dormido
pouco na noite dos primeiros ataques contra Saddam Hussein.
Logo pela manhã, reuniu-se
com seus principais assessores
militares e marcou outra reunião
mais ampla para a tarde.
Após os primeiros encontros, o
secretário da Defesa, Donald
Rumsfeld, e o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, Richard Myers, deram entrevista no Pentágono. Sem comentar os ataques da noite anterior, Myers disse que a guerra seria "uma tarefa difícil. Teremos perdas de vidas".
Cauteloso, Rumsfeld tentou diminuir a ansiedade em relação ao
fim do conflito. "Temos uma tarefa difícil pela frente, que vai demandar muito tempo", afirmou.
Segundo um alto funcionário
do governo, Bush considerará a
guerra um sucesso se Saddam for
"levado à Justiça" ou morto.
Confiança
À tarde, após reunião com os
seus principais secretários e assessores, Bush disse, sem contextualizar suas declarações, que estava
"confiante no futuro".
"Nosso país está seguro. Estamos cuidando do sistema de saúde, da educação de nossas crianças e do crescimento da economia", disse o presidente.
Do lado de fora da Casa Branca,
a avenida Pensilvânia, em frente à
sede do governo, permanecia fechada pela polícia. Mesmo assim,
mais de 50 manifestantes gritavam nas proximidades: "Não faça
guerra por petróleo".
A poucos metros dali, 150 pessoas fecharam por algum tempo
pontes sobre o rio Potomac, que
cruza a cidade, enquanto dezenas
de outros protestavam por Washington dirigindo bicicletas sob
um chuva torrencial e gelada.
Bush não comentou sua decisão
do dia anterior de tentar um ataque surpresa contra Saddam e
seus principais comandantes.
Disse que as tropas norte-americanas estavam agindo "com grande capacidade e bravura" e que ele
estava "confiante" na vitória.
"Não há nenhuma dúvida de
que enviamos os nossos melhores
cidadãos" para a guerra, afirmou.
Bush disse também ter chegado
a 40 o número de países que
apoiam a ação militar dos EUA e
do Reino Unido no golfo Pérsico
-embora poucos tenham manifestado publicamente essa posição. O governo havia falado em 45 países no início da semana.
Segundo o porta-voz da Casa
Branca, Ari Fleischer, Bush teria
telefonado a vários líderes mundiais. A maior parte das ligações
teria sido dirigida a lideranças
árabes de países aliados dos EUA
próximos à região do conflito.
Washington deverá apropriar-se de US$ 1,74 bilhão em ativos
iraquianos que estão congelados
nos EUA. O dinheiro será usado
para cobrir despesas com a ajuda
humanitária que será dada aos
iraquianos. Bush ordenou que o
Departamento do Tesouro fizesse
o que fosse necessário para que o
dinheiro fosse liberado logo.
No Congresso dos EUA, houve
uma iniciativa ontem de aprovação de uma moção de apoio ao
presidente e à guerra contra o Iraque. O objetivo era tentar diminuir o tom das críticas de alguns
parlamentares democratas que
vêm se manifestando contra os
ataques. No final do dia, o Senado
fechou um acordo nesse sentido.
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