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São Paulo, sexta-feira, 21 de março de 2003

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REAÇÃO NO MUNDO

Segundo presidente russo, Iraque não representa ameaça à segurança mundial

Putin pede fim rápido dos ataques

DA REDAÇÃO

O presidente russo, Vladimir Putin, pediu o fim rápido das hostilidades contra o Iraque e questionou o argumento americano de que o país representa uma ameaça à segurança mundial.
Segundo Putin, o Iraque "não apresenta nenhum perigo, nem a seus vizinhos, nem a países da região ou ao redor do mundo, especialmente porque, após uma década de bloqueio, tornou-se um Estado enfraquecido em termos militares e econômicos".
O Iraque está sujeito a sanções econômicas desde 1990, quando invadiu o Kuait, desencadeando a Guerra do Golfo (1991). Derrotado, o país comprometeu-se a abrir mão de suas armas de destruição em massa, condição para o fim das sanções. Mas, passados 12 anos, a ONU ainda não considera o Iraque desarmado, apesar de o governo iraquiano sustentar que não possui mais armas químicas, biológicas ou nucleares.
O tom da fala de Putin destoou da relação amistosa desenvolvida entre os EUA e a Rússia nos últimos anos, em especial após os atentados de 11 de setembro, que levaram os dois países a se aproximarem em nome da guerra contra o terrorismo.
Putin possui uma boa relação com o presidente dos EUA, George W. Bush, a quem chama de "amigo", mas ontem não houve afagos ao colega americano. Segundo ele, a decisão dos EUA de iniciarem a guerra contra o Iraque minou a autoridade da ONU. "Não menos preocupante é a ameaça de colapso do sistema internacional de segurança", disse.
Segundo Putin, se o mundo estiver submetido ao direito dos poderosos, nenhum país estará seguro. "É por essas razões que a Rússia insiste no final mais rápido possível da ação militar."
A ONU é uma das poucas instituições internacionais nas quais a Rússia mantém a influência que possuía nos tempos da União Soviética (extinta em 1991), devido ao assento permanente no Conselho de Segurança.
O país também teme ter sua economia afetada pela guerra, no caso de o conflito ser mais longo do que se espera e aprofundar a crise econômica internacional.


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