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Brasileiro vai ao Golfo lutar pelos EUA
ALESSANDRA KORMANN
DA AGÊNCIA FOLHA
O mineiro Filipe Fortes, 23, suboficial paramédico da Marinha
dos EUA, está a caminho da guerra. Na segunda-feira, foi convocado para embarcar para o Iraque.
"Filipe disse que estava preparado para tudo. O único receio dele
era o uso de armas biológicas. Ele
não queria morrer sem poder se
defender", disse o seu pai, Luciano Pereira Fortes, que mora em
Nova Jersey, perto de Nova York.
Ao se despedir do pai, ele afirmou que tinha orgulho de indiretamente representar o Brasil na
guerra. "Ele disse que estava orgulhoso de levar o nome do país
para lá, apesar de as notícias no
Brasil chegarem distorcidas e de
as pessoas aí não terem conhecimento do que se passa", disse.
Homem mau
"O ditador Saddam Hussein é
um homem mau. É preciso eliminar esse terror do mundo. Todos
nós queremos a paz, mas às vezes
a guerra tem de existir para trazer
a paz", afirmou.
O pai de Filipe disse que ele não
acredita que o petróleo iraquiano
seja motivação para o conflito.
"Ele disse que os EUA vão gastar
muito nessa guerra. Se o interesse
fosse o petróleo, valeria mais a pena ser amigo do Iraque, como
França e Alemanha. O que tinha
no Afeganistão para mandarem
os soldados para lá? Não tinha nada, não tinha petróleo."
Em 2001, depois dos atentados
de 11 de setembro, Filipe passou
um mês no Afeganistão. A sua
missão no Iraque será prestar socorro a uma equipe de 40 fuzileiros navais, os chamados marines.
"Ele é o que mais sofre em terra,
porque, além de levar sua arma e
se defender, também tem de carregar uma mochila de 30 kg com
os equipamentos para atender os
feridos", disse seu pai.
Filipe, que entrou na Marinha
há quase quatro anos, ganha o
equivalente a R$ 15 mil mensais e
vive em Camp Lejune, no Estado
da Carolina do Norte.
Anteontem, fez um mês que ele
se casou com a norte-americana
Kimberly Ann. "Ela chorou quando ele teve que partir e disse que
espera que a guerra acabe rápido", disse Fortes.
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