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CRISE HUMANITÁRIA
Secretário-geral da ONU exorta "todas as partes" a respeitar direito internacional
Annan pede que civis sejam protegidos
DA REUTERS
O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, pediu ontem que "todas
as partes" envolvidas na guerra
no Iraque "respeitem escrupulosamente as exigências" das leis
humanitárias internacionais, ressaltando que a proteção da população civil iraquiana e dos refugiados deve ser prioritária.
Ao ler uma mensagem na sede
da ONU, Annan lamentou que as
operações militares lançadas pelos EUA não contem com "maior
legitimidade nem com um apoio
internacional mais amplo".
O Conselho de Segurança da
ONU jamais adotou uma resolução que autorizasse abertamente
a ofensiva militar atual. Mas Washington diz que algumas resoluções do órgão permitem a ação militar, pois afirmam que o Iraque poderia sofrer "sérias consequências" se não respeitasse totalmente as exigências da ONU.
Especialistas em direito internacional não são unânimes quanto à
legalidade da guerra. Bagdá disse
ontem que a ação dos EUA é uma
violação às leis internacionais e
que os EUA estão agindo como
um "Estado terrorista".
Annan mostrou-se preocupado
com o direito humanitário internacional. "Espero que as partes
envolvidas no conflito respeitem
escrupulosamente as exigências
do direito humanitário internacional e façam tudo para proteger
a população civil das graves consequências da guerra", declarou.
Ele pediu autorização ao Conselho de Segurança da ONU para
voltar a aplicar o programa de troca de petróleo iraquiano por alimentos para sua população.
Esse programa foi suspenso há
alguns dias. Desde que foi instituído, há sete anos, ele foi responsável pelo envio de cerca de US$ 36
bilhões em alimentos ao Iraque.
Segundo a ONU, 60% dos iraquianos dependem dele para conseguir alimentar-se corretamente.
O sueco Hans Blix, chefe dos
inspetores de armas da ONU, disse estar "decepcionado" com a
decisão americana de dar início à
guerra antes que seus comandados completassem sua missão em
território iraquiano.
Ele afirmou a uma rádio da rede
britânica BBC que não tem certeza de que os iraquianos tenham
armas de destruição em massa e
que os inspetores da ONU vinham contanto com uma crescente cooperação do regime iraquiano. As recentes inspeções duraram menos de quatro meses.
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