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Projeto tem dificuldade de financiamento
DA REPORTAGEM LOCAL
O projeto Cuba Archive,
que pretende contabilizar
violações de direitos humanos em Cuba, é dirigido
por Maria Werlau, 51, "a
idade da revolução".
"Como vários outros ativistas de direitos humanos, eu tenho uma história
pessoal com a revolução",
conta ela, cujo pai, Armando Cañizares, lutou ao lado de Che Guevara, mas
logo depois da vitória da
guerrilha rompeu com o
regime e exilou-se.
Cañizares voltaria junto
com outros cubano-americanos treinados pela CIA
na fracassada Invasão da
Baía dos Porcos, de 1961, e
morreria lá mesmo.
Werlau, que acaba de
voltar de Genebra, onde
participou da reunião
anual do Conselho de Direitos Humanos da ONU,
reclama do pouco financiamento ao projeto.
"Abusos em Cuba são historicamente inseridos como um tema de direita.
Não costumamos ter os financiadores tradicionais."
A ONG é financiada com
doações particulares e da
Freedom House -entidade que monitora avanços e
recuos mundiais da democracia e recebe fundos do
governo americano.
À diferença do fundador
do projeto, Armando Lago, morto em 2008, a diretora prefere não especular
sobre estimativas de vítimas do castrismo desde
1959 ou sobre os cubanos
que morreram tentando
fugir do país, pelo mar.
"Minha ideia é arranjar
sustentação para as cifras.
Trabalhamos para sistematizar nossos registros."
Há quem conteste que o
saldo de "balseiros" mortos e desaparecidos deva
ser tributado só a Havana.
Entre eles, está o Samuel
Farber, professor emérito
da Universidade da Cidade
de Nova York.
Para Farber, o embargo
econômico imposto pelos
EUA à ilha -condenado
pela ONU- e a legislação
específica americana diferenciada para os cubanos
-quem chega à terra firme se transforma em cidadão americano- contribuem para a tragédia.
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