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Montenegro decide hoje, por voto, se vai se separar da Sérvia
Repúblicas são as últimas a permanecerem politicamente unidas desde o desmembramento da Federação Iugoslava
Pesquisas indicam que 56% dos montenegrinos são a favor da independência; pleito precisa de pelo menos metade dos eleitores do país
DO "INDEPENDENT"
Em meio a ciprestes centenários, uma música emana de
um pequeno edifício.
Todos os músicos, alunos da
Academia Musical de Montenegro, sabem o que era esse
prédio 90 anos atrás, quando
Cetinje era a capital do reino
independente de Montenegro.
Ali funcionava a embaixada
britânica. "Esperamos que volte a sê-lo, assim que o país se
tornar independente", diz a
pianista Adrijana Mitrovic.
Ela planeja votar "sim" num
referendo muito esperado que
acontece hoje, quando 485 mil
eleitores vão decidir se querem
que Montenegro permaneça
numa indefinida união de estado com a Sérvia ou que se torne
independente novamente.
Junto com a Sérvia, essa minúscula república de 650 mil
habitantes é a última remanescente da Federação Iugoslava,
que se desfez em meio a uma
carnificina nos anos 90. Depois
de Eslovênia, Croácia, Bósnia e
Macedônia declararem independência, apenas Montenegro ficou ligado à Sérvia.
Desde meados dos anos 90, o
clamor da separação tem crescido, e só foi interrompido em
2003, quando a União Européia pressionou Montenegro a
se unir politicamente à Sérvia.
O governo concordou, com a
condição de os montenegrinos
poderem expressar sua vontade dali a três anos. Agora, chegou o dia do julgamento.
A Sérvia permanece amarga a
respeito do assunto. As objeções feitas por Belgrado são
muito mais emocionais do que
sérias, e poucos esperam que a
violência dos anos 90 se repita,
qualquer que seja o resultado.
Pesquisas mais recentes indicam 56% de eleitores a favor
da independência, e a separação só ocorre se pelo menos
55% da população disser "sim"
e se no mínimo 50% dos eleitores comparecerem às urnas.
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