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Ahmadinejad sepultou ciclo reformista
DA REDAÇÃO
O chamado setor reformista iraniano, que nos últimos anos teve seu maior
expoente no ex-presidente Mohammad Khatami
(1997-2005), sofreu um
golpe fatal ao não conseguir classificar seu candidato para o segundo turno
da eleição presidencial de
2005.
A disputa acabou ficando entre o radical Mahmoud Ahmadinejad, que
venceu, e o conservador
moderado Hashemi Rafsanjani, que governou o
Irã entre 1989 e 1997.
Numa campanha em
que tentou reviver o fervor
da Revolução Islâmica,
Ahmadinejad obteve
61,8% dos votos, tornando-se o primeiro presidente laico do Irã em 24 anos.
Mas a palavra final nas decisões políticas continua
com o aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do país,
inclusive em relação ao
polêmico programa nuclear do país.
A chegada de Ahmadinejad ao poder marcou o
fim dos esforços reformistas e o reforço da aversão à
cultura ocidental, principal mote da Revolução Islâmica de 1979, liderada
pelo aiatolá Khomeini.
Com a vitória da revolução, a radicalização interna levou ao confronto externo, exacerbado no antagonismo com os Estados
Unidos, chamado pelos
aiatolás de "grande satã".
No incidente mais grave,
que causou o rompimento
das relações entre Washington e Teerã, estudantes tomaram a Embaixada
dos EUA e mantiveram 52
reféns por 444 dias.
Com um discurso duro,
em que combina a negação
do Holocausto, a defesa da
destruição de Israel e bravatas sobre o direito do Irã
de desenvolver tecnologia
nuclear, Ahmadinejad,
que participou da tomada
da embaixada em 1979,
conquistou apoio popular
em torno do nacionalismo, mas aumentou o isolamento do Irã.
Seu discurso radical e as
ambições nucleares levaram a França e o Reino
Unido a se unir aos EUA
na campanha para que o
país seja punido pela
ONU. A aplicação de sanções, por enquanto, tem
sido freada pelos outros
dois membros permanentes do Conselho de Segurança, China e Rússia.
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