São Paulo, quarta-feira, 21 de maio de 2008

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McCain ataca Obama e descarta falar com Cuba

DA REDAÇÃO

O virtual candidato republicano à Presidência dos EUA, John McCain, afirmou ontem que um "diálogo sem precondições" com o dirigente cubano, Raúl Castro, passaria "a pior mensagem possível à ditadura [da ilha]", em novo ataque ao senador Barack Obama, favorito à candidatura democrata.
Durante uma entrevista, em julho de 2007, Obama afirmara que se encontraria sem precondições com líderes de países que os EUA consideram hostis. Em 2003, quando candidato ao Senado, ele se declarou favorável à normalização das relações com Cuba. Depois recuou: defende o diálogo com o país caso Havana tome "medidas significativas rumo à democracia".
Falando em Miami a uma platéia repleta de exilados cubanos, o senador descartou a eventual suspensão do embargo econômico contra a ilha e prometeu iniciar diálogos internacionais para formular um plano pós-Castro, caso eleito.
McCain prometeu ainda aumentar a ajuda aos "que desafiam valentemente o regime todos os dias". O pacote inclui reforçar o orçamento da rádio e da TV mantidos por Washington para a audiência da ilha.
Cuba, que vê ingerência dos EUA em suas questões internas, acusou o principal diplomata americano na ilha, Michael Parmly, de entregar dinheiro a oposicionistas e fazer intermediação entre exilados e grupos dissidentes. Washington não confirma o intermédio de Parmly, mas não nega a ajuda financeira, parte da chamada "ajuda humanitária" que McCain promete aumentar.
Para deleite do público anticastrista, o republicano comparou um diálogo com o governo cubano à possibilidade uma conversa com o Aldof Hitler na Segunda Guerra (1939-45).
A visita a Miami busca consolidar o apoio dos cubano-americanos -tradicionais eleitores do Partido Republicano, eles são hoje menos conservadores que no passado. Algumas propostas de Obama têm forte apelo para quem tem familiares na ilha, como o fim de restrições às viagens e ao envio de dinheiro. Parte da minoria de Estados onde nenhum dos partido tem um favoritismo claro, a Flórida pode ser decisiva nas eleições presidenciais de novembro.
McCain atacou também a posição de Obama e de Hillary Clinton ao Tratado de Livre Comércio com a Colômbia, paralisado no Congresso, e prometeu inaugurar uma nova parceria com a América Latina. Ele prometeu trabalhar para que a Venezuela e Bolívia não trilhem "o mesmo caminho fracassado" de Cuba "fortalecer os laços com países-chaves, como Brasil, Peru e Chile".


Com agências internacionais

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