São Paulo, sábado, 21 de maio de 2011

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Ex-diretor do FMI deixa prisão em NY

Strauss-Kahn, acusado de tentar estuprar uma camareira, pagou fiança de US$ 1 milhão; ele usará tornozeleira

Ex-diretor a princípio iria para apartamento alugado pela mulher, mas teve de mudar após protesto de moradores


DE NOVA YORK

Recusado por seus ex-futuros vizinhos, Dominique Strauss-Kahn deixou ontem sob fiança milionária a prisão em Nova York.
O ex-diretor-gerente do FMI inicialmente ia para um apartamento alugado por sua mulher por US$ 14 mil mensais.
Porém, o prédio decidiu recusá-los, pressionado por vizinhos incomodados com o assédio da imprensa e com a presença de seguranças.
Agora, ele vai para uma residência temporária (provavelmente na região de Lower Manhattan) até que consiga fechar um contrato para um lugar permanente.
Acusado de atacar sexualmente a camareira de um hotel em Nova York na semana passada, o francês pagou US$ 1 milhão de fiança e depositou em juízo mais US$ 5 milhões.
Ele terá que ficar praticamente todo o tempo em casa, usando uma tornozeleira que monitora seus movimentos e vigiado por vídeo e um segurança armado -o que lhe custará US$ 200 mil ao mês.
Strauss-Kahn agora só poderá sair de casa para ir ao tribunal, visitar seus advogado ou por motivos médicos, além de ter direito a uma vez por semana ir a algum lugar de oração.
A sua próxima aparição no tribunal está marcada para o dia 6 de junho, quando vai responder formalmente às acusações -ele nega ter praticado crime.
Para que o juiz aceitasse o seu pedido de fiança, ele teve ainda que renunciar ao direito de não ser extraditado.

PENSÃO "MODESTA"
A autorização foi criticada anteontem pelos procuradores do caso, que alegam que os valores da fiança não garantem que Strauss-Kahn não vá deixar os EUA.
O ex-dirigente do FMI conta com um patrimônio razoável, mas sua mulher, a jornalista Anne Sinclair, tem mais dinheiro (é neta e única herdeira do marchand Paul Rosenberg, que trabalhou com artistas como Picasso).
Strauss-Kahn, que anunciou quarta-feira sua renúncia ao comando do Fundo, vai receber pagamento inicial de US$ 250 mil como indenização pelo rompimento.
Depois disso, vai receber "modesta pensão anual", segundo o FMI, que disse que não revela salários dos funcionários, mas afirmou que será um valor inferior ao da indenização inicial.
De acordo com o mais recente relatório financeiro da instituição, Strauss-Kahn recebeu salário de US$ 442 mil no ano passado, além de ajuda de custo de US$ 79 mil.
O hotel em que o francês estava em Nova York antes de ser preso tem uma diária de cerca de US$ 3.000.
O Fundo disse que o agora ex-dirigente pagou o valor, já que ele estava na cidade para assuntos privados.
(ÁLVARO FAGUNDES)


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