|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
IRÃ NA MIRA
Segundo John Bolton, Washington se reserva o direito de impedir que Teerã tenha armas nucleares
Atacar Irã é "opção", diz subsecretário dos EUA
DA REDAÇÃO
O subsecretário de Estado dos
EUA John Bolton disse ontem que
o governo americano se reserva o
direito de promover uma ação
militar para impedir que o Irã
construa armas nucleares. Foi a
primeira vez que um funcionário
do alto escalão do governo americano admitiu a possibilidade do
uso da força contra os iranianos.
Bolton, no entanto, salientou
que essa é apenas uma entre várias opções e que ela hoje está relativamente longe.
"Isso [atacar o Irã] precisa ser
uma opção", disse Bolton em entrevista à rádio BBC, de Londres.
"O presidente [George W. Bush]
tem dito repetidamente que todas
as opções estão sobre a mesa, mas
essa não apenas não é nossa preferida. Ela está longe, longe de
nossas mentes", disse.
Em Amã, na Jordânia, o presidente da comissão de relações exteriores do Senado dos EUA, Richard Lugar, criticou as declarações de Bolton. "Acho que nosso
presidente e nosso secretário de
Estado [Colin Powell] já enfatizaram a preferência pelo caminho
diplomático", disse. "Funcionários do governo fazem comentários de tempos em tempos, mas
acho que devemos ver o que o
presidente e o secretário de Estado dizem." Na quarta-feira, Bush
disse que o mundo "não tolerará"
que o Irã tenha armas nucleares.
Anteontem, a AIEA (Agência
Internacional de Energia Atômica), órgão da ONU, criticou o Irã
por não ter cumprido os acordos
que visam evitar o uso de recursos
nucleares civis para fabricar armas atômicas.
Os EUA pressionam o Irã a obedecer a um tratado de não-proliferação nuclear e a assinar um novo protocolo que permitiria aumentar as inspeções da AIEA.
Amostras
O Irã disse ontem que continuará a impedir que a AIEA tome
amostras ambientais de um local
particular, alegando que isso não
estava previsto pelos acordos com
o organismo. A declaração indica
uma repentina mudança de atitude do país em relação ao órgão.
Durante a semana o Irã havia dito
que estava considerando "positivamente" um relatório da AIEA
sobre o país.
O diretor da AIEA, o egípcio
Mohamed El Baradei, havia pedido na segunda-feira ao Irã que
permitisse à agencia "coletar
amostras ambientais em um local
particular no qual existem alegações sobre possíveis atividades de
enriquecimento".
Os inspetores da agência foram
retirados na semana passada do
local, em Kalaye, a oeste de Teerã,
ao chegar para tomar as amostras.
O governo do Irã nunca revelou
publicamente qual a destinação
do complexo de Kalaye, mas o
país é suspeito de testar centrifugação nuclear no local.
Em seu boletim noticioso de ontem à noite, a TV estatal iraniana
disse que o chefe da Organização
de Energia Atômica do Irã, Gholamreza Aghazadeh, não permitiria a retirada de amostras "em alguns locais", sem mencionar
quais seriam. "Isso é contra os
acordos assinados, e não permitiremos isso", disse Aghazadeh.
"Não temos nenhum problema
em relação às amostras ambientais, mas nós temos dito à AIEA
que esse local não é uma usina nuclear. Então, se quiserem tomar
amostras, isso está fora do estabelecido pelo protocolo", disse. "Se
aceitarmos operar fora do protocolo, isso não terá fim, e amanhã
dez outros locais podem ser relacionados", afirmou.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Ex-empresa de Cheney leva US$ 800 milhões Próximo Texto: Putin defende a cooperação russa com Teerã Índice
|