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ORIENTE MÉDIO
Em visita à região, americano diz que Hamas é "inimigo da paz'; premiê palestino pede fim das ações de Israel
Powell pressiona Mazen a agir contra terror
DA REDAÇÃO
O secretário de Estado dos
EUA, Colin Powell, pediu ontem
ao premiê palestino, Abu Mazen,
que aja não apenas para conseguir
um acordo de cessar-fogo com o
Hamas e com outros grupos terroristas, mas para eliminar sua capacidade de promover ataques
contra israelenses.
Powell, que se encontrou ontem
com Mazen na Cisjordânia e com
o premiê de Israel, Ariel Sharon,
em Jerusalém, durante uma visita
de apenas oito horas, chamou
ainda o Hamas de "inimigo da
paz" e fez um apelo por ações urgentes pela implementação do
plano de paz para a região lançado no início do mês.
Os esforços diplomáticos devem continuar na semana que
vem, desta vez com a visita à região de Condoleezza Rice, assessora de Segurança Nacional do
presidente George W. Bush.
A visita relâmpago de Powell,
ontem, visava tentar salvar o plano de paz, ameaçado por uma nova onda de violência e pela oposição dos grupos radicais, dos dois
lados. Um colono judeu foi morto
e três ficaram feridos ontem após
um ataque de um atirador palestino na Cisjordânia. Anteontem, o
Exército israelense enfrentou cerca de 200 colonos judeus da Cisjordânia que tentavam impedir a
desativação de um assentamento,
como prevê o plano.
O Hamas assumiu a responsabilidade pelo ataque de ontem.
Dois dos feridos eram americanos
que visitavam familiares.
Desde a reunião de cúpula entre
Sharon e Mazen na Jordânia, no
dia 4 de junho, mediada por Bush,
mais de 50 pessoas já foram mortas pela violência dos dois lados,
esfriando as expectativas sobre
um possível fim da Intifada (levante palestino contra a ocupação
israelense), iniciada em setembro
de 2000.
Powell disse que o futuro do
plano de paz depende também de
ações de Israel, cujo governo direitista somente aceitou o plano
após uma forte pressão americana. Segundo ele, Israel precisa tomar medidas para "facilitar o dia-a-dia do povo palestino".
Ele pediu aos dois lados que
acelerassem os esforços para um
acordo que permita a retirada das
tropas israelenses do norte da faixa de Gaza e da cidade de Belém,
na Cisjordânia.
"Precisamos nos mover com urgência", disse Powell após o encontro com Mazen em Jericó.
"Não queremos que o tempo passe sem que as ações sejam tomadas. Não queremos que os terroristas vençam", disse.
Os esforços de Mazen para convencer os grupos terroristas a
aceitar um cessar-fogo têm sido
infrutíferos até agora. Hamas, Jihad Islâmico e Brigadas dos Mártires de Al Aqsa, responsáveis pela
grande maioria dos ataques contra Israel, exigem que o país suspenda antes suas ações militares.
"O inimigo da paz tem sido o
Hamas, especialmente nas últimas duas semanas", afirmou Powell durante uma entrevista coletiva ao lado de Sharon. "Enquanto eles tiverem um compromisso
com o terror e a violência e um desejo de destruir o Estado de Israel,
creio que esse é um problema
com o qual teremos de lidar inteiramente", disse.
O líder do Hamas Abdel Aziz
Rantissi, a quem Israel tentou matar na semana passada em um
ataque com mísseis, chamou Powell de "mentiroso e hipócrita".
"Essa é uma declaração que prova
que ele é um pequeno escravo dos
sionistas e de seu mestre Sharon e
que ele é o verdadeiro inimigo da
paz e da justiça no mundo", disse.
Mazen disse posteriormente
que seus esforços para um cessar-fogo não darão resultados, a menos que Israel suspenda suas incursões militares e os bloqueios
nas áreas palestinas.
Para o deputado e ex-negociador palestino Saeb Erekat, o resultado da visita de Powell foi "desapontador". "O fato de Powell não
ter introduzido um plano de trabalho, um cronograma e um mecanismo de monitoramento para
a implementação da primeira fase
do plano de paz é desapontador."
Com agências internacionais
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