São Paulo, segunda-feira, 21 de junho de 2004

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Em entrevistas, Clinton defende Bush

DA REDAÇÃO

O ex-presidente americano Bill Clinton defendeu ontem George W. Bush e a queda do ex-ditador Saddam Hussein, apesar de afirmar que ele não teria iniciado a Guerra do Iraque antes de os inspetores das Nações Unidas terem terminado seu trabalho.
"Tenho repetidamente defendido Bush dos ataques da esquerda sobre o Iraque, apesar de achar que ele deveria ter esperado até a ONU ter finalizado as inspeções no país", disse à revista "Time". Clinton reafirmou sua crítica de que a invasão teria ocorrido mais cedo do que deveria no programa "60 Minutos", da rede CBS.
Em entrevistas para divulgar o lançamento de sua autobiografia, chamada "Minha Vida", Clinton disse que não acredita que os EUA tenham atacado o Iraque por razões "imperialistas ou financeiras", e sim porque Bush "comprou" as avaliações de Paul Wolfowitz, vice-secretário da Defesa, e do vice-presidente Dick Cheney de que, com a guerra, "os iraquianos estariam numa situação melhor, os Estados Unidos conseguiriam "sacudir" os regimes autoritários árabes no Oriente Médio e aumentaria a possibilidade de paz entre israelenses e palestinos".
Os resultados, no entanto, não foram bem esses, disse.
Apesar de concordar em que a queda de Saddam Hussein deixou o mundo um pouco mais seguro e em que o povo iraquiano está melhor sem o ex-ditador, Clinton afirmou que a captura de Saddam Hussein tornou o Iraque mais vulnerável ao terrorismo.
"Mas qualquer sociedade aberta estará mais vulnerável que qualquer tirania", completou o ex-presidente.

11 de Setembro
A comissão independente que investiga o 11 de Setembro afirmou ontem que há indicações de que um proeminente membro da Al Qaeda serviu na milícia de Saddam Hussein.
O republicano John Lehman, da comissão, disse que, se for provada, a informação dará suporte às declarações da administração Bush de que havia laços entre o Iraque e a rede terrorista e mostrará que "Cheney estava certo quando dizia que ele podia ter dados que nós não tínhamos ainda". O congressista americano disse que "a inteligência americana não funciona, tem graves defeitos e precisa de mudanças fundamentais".


Com agências internacionais

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