São Paulo, domingo, 21 de julho de 2002

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Mudança de geração não altera rumos do regime

FREE-LANCE PARA A FOLHA

A mudança de geração na liderança chinesa não significa uma alteração significativa de rumos do regime.
Hu Jintao, escolhido por Deng para chefiar a "quarta geração", é produto da mesma máquina partidária que Jiang Zemin e defende a manutenção da rara alquimia que norteia a China desde 1978: monopólio do poder nas mãos do PC e implantação de reformas capitalistas, permitindo um acelerado crescimento econômico.
Existem no Partido Comunista alguns bolsões "conservadores", que vêem com desconfiança a opção pelo capitalismo na economia. Mas não contam com peso suficiente para fazer a "nau chinesa" mudar de rota.
Hu Jintao lidera uma leva de dirigentes chineses descritos como "tecnocratas", com sólidos conhecimentos em economia, contrastando com a "terceira geração" formada por engenheiros que estudaram principalmente na desaparecida União Soviética. Outros nomes em ascensão no universo do poder na China são o vice-premiê, Wen Jiabao, tido como favorito para ser o próximo primeiro-ministro, e Zeng Qinghong, importante figura na organização partidária e considerado um "afilhado político" de Jiang Zemin. O triunvirato Hu-Wen-Zeng desponta como a nova face do poder chinês.
Eles, no entanto, não devem se livrar facilmente da sombra de Jiang, que se espelha no exemplo de Deng Xiaoping.
O patriarca das reformas exerceu influência decisiva na política chinesa praticamente até a sua morte, em 1997, apesar de, nos anos finais de sua carreira, ter conservado apenas o cargo de dirigente de uma associação chinesa de bridge, jogo de cartas que ele adorava. (JS)


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