São Paulo, sábado, 21 de agosto de 2004

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DIPLOMACIA

Intenção brasileira era buscar "reinserção" da ilha

Grupo do Rio rejeita proposta do Brasil para se aproximar de Cuba

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Brasil sofreu ontem uma derrota diplomática no Grupo do Rio. Sua proposta de aproximação entre o grupo, que reúne 19 países latino-americanos, e Cuba foi vetada. Alguns dos membros, reunidos ontem, em Brasília, não se sentiram confortáveis com o tema, que não agrada aos EUA.
"Alguns consideraram que o tema seja sensível e que eram necessárias mais consultas. Eu diria que não foram muitos", afirmou o chanceler Celso Amorim, após o encerramento da reunião do grupo -única entidade de consultas políticas de alto nível estritamente latino-americana, criada em 1986.
Anteontem, Amorim fez a proposta dizendo que era preciso "reinserir Cuba no seio da família latino-americana". "Queremos ter um diálogo mais amplo e permanente sobre as questões do continente para que elas sejam resolvidas pelo diálogo, pela conciliação e pela paz."
O assunto foi motivo de longas conversas ontem. A maior resistência foi de países centro-americanos. O Peru e a Argentina deram apoio à proposta.
"Houve uma primeira quebra de gelo sobre Cuba", disse Amorim, ao sinalizar que o assunto deve voltar a ser discutido. Ele esclareceu que não se tratava de integrar Cuba formalmente ao grupo.
A ilha também não está na OEA (Organização dos Estados Americanos), principal fórum de discussões políticas das Américas -foi suspensa em 1962, por pressão americana.
Segundo diplomatas citados pela agência de notícias Efe, a tentativa brasileira em favor de Cuba foi motivada pela vontade de estabelecer pontes de diálogo quando houver a sucessão de Fidel.


Com agências internacionais


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