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ORIENTE MÉDIO
Ao menos seis vítimas eram do Hamas, entre eles um líder importante; grupos terroristas prometem vingança
Ataques aéreos de Israel matam 10 em Gaza
DA REDAÇÃO
Israel lançou cinco ataques aéreos ontem na faixa de Gaza ocupada. Ao menos dez palestinos
morreram nos bombardeios. Seis
deles integravam o Hamas. Uma
das vítimas é um dos principais líderes do grupo terrorista. Autoridades palestinas dizem que cerca
de cem pessoas ficaram feridas.
A casa de um líder do Jihad Islâmico e um suposto depósito de
armas também foram alvejados.
Os grupos terroristas disseram
que vão se vingar de Israel.
Em Jerusalém, o premiê israelense, Ariel Sharon, reiterou ontem que o presidente da ANP
(Autoridade Nacional Palestina),
Iasser Arafat, é um obstáculo para
a paz e precisa ser removido.
Os ataques aéreos de ontem
ocorreram um dia depois de ação
matar três soldados israelenses
em uma vila palestina perto de
Ramallah (Cisjordânia) e dias
após a morte de agentes de segurança americanos em ataque a um
comboio diplomático dos EUA
na faixa de Gaza.
A mais grave das ações de ontem deixou sete vítimas -quatro
do Hamas, entre elas Imad Akel,
um dos líderes do grupo. Um míssil foi disparado na principal rua
do campo de refugiados de Nuseirat, matando seis pessoas. Um
médico acabou sendo morto por
outro míssil.
Em outra ação, ocorrida horas
antes, dois membros do Hamas
estavam em uma picape em um
cruzamento de Gaza quando foram atingidos por um míssil disparado por um helicóptero israelense. Um palestino que estava
em um carro atrás também morreu. Quatro crianças e uma idosa
estão entre os feridos. Há uma escola perto do local.
Os outros ataques não deixaram
vítimas. Em um deles, um míssil
foi lançado contra a casa de um líder do Jihad Islâmico. Em outro,
um suposto depósito de armas do
Hamas foi alvejado. No local, seriam fabricados mísseis Qassam,
que têm sido disparados contra
cidades israelenses perto da fronteira com a faixa de Gaza.
Uma quinta ação ocorreu no
fim do dia. Um míssil atingiu uma
rua movimentada em Gaza.
Em comunicado conjunto, o
Hamas e o Jihad Islâmico disseram que vão se vingar de Israel.
Os grupos também anunciaram
que estão ampliando as relações
bilaterais. Na faixa de Gaza, alto-falantes diziam: "Nós vamos nos
vingar. Os sionistas em breve se
arrependerão, quando sentirem a
nossa dolorosa resposta".
Cerca de 2.000 pessoas participaram do funeral das vítimas dos
ataques aéreos, entoando gritos
contra Israel. O premiê palestino,
Ahmed Korei, disse que o ataque
israelense serve apenas para alimentar a violência no Oriente
Médio. "Essa ação faz parte da
permanente agressão israelense
contra os palestinos", afirmou.
Raanan Gissin, assessor de Sharon, disse que os ataques fazem
parte da guerra de Israel contra o
terror. "Nós buscaremos os terroristas em todos os lugares", disse.
Israel afirma que seus ataques
na faixa de Gaza são seletivos e
buscam apenas as lideranças de
grupos terroristas. Os palestinos
dizem que as ações ferem a legislação internacional e colocam em
risco a vida de civis.
Sharon
Em discurso na abertura do Parlamento, Sharon disse sobre Arafat: "Esse homem é o maior obstáculo para o processo de paz. Israel
está determinado a removê-lo da
arena política". O gabinete do
premiê já decidiu, em princípio,
que Arafat deve ser expulso do
territórios palestinos. Os EUA se
opõem à expulsão.
Sharon acrescentou que continuará construindo a barreira para
separar Israel dos territórios palestinos e que pretende completá-la em um ano, apesar das críticas
da comunidade internacional.
Saeb Erekat, principal negociador palestino, afirmou que Sharon mais uma vez tenta minar o
processo de paz.
Com agências internacionais
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