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São Paulo, terça-feira, 21 de outubro de 2003

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ORIENTE MÉDIO

Ao menos seis vítimas eram do Hamas, entre eles um líder importante; grupos terroristas prometem vingança

Ataques aéreos de Israel matam 10 em Gaza

DA REDAÇÃO

Israel lançou cinco ataques aéreos ontem na faixa de Gaza ocupada. Ao menos dez palestinos morreram nos bombardeios. Seis deles integravam o Hamas. Uma das vítimas é um dos principais líderes do grupo terrorista. Autoridades palestinas dizem que cerca de cem pessoas ficaram feridas.
A casa de um líder do Jihad Islâmico e um suposto depósito de armas também foram alvejados. Os grupos terroristas disseram que vão se vingar de Israel.
Em Jerusalém, o premiê israelense, Ariel Sharon, reiterou ontem que o presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Iasser Arafat, é um obstáculo para a paz e precisa ser removido.
Os ataques aéreos de ontem ocorreram um dia depois de ação matar três soldados israelenses em uma vila palestina perto de Ramallah (Cisjordânia) e dias após a morte de agentes de segurança americanos em ataque a um comboio diplomático dos EUA na faixa de Gaza.
A mais grave das ações de ontem deixou sete vítimas -quatro do Hamas, entre elas Imad Akel, um dos líderes do grupo. Um míssil foi disparado na principal rua do campo de refugiados de Nuseirat, matando seis pessoas. Um médico acabou sendo morto por outro míssil.
Em outra ação, ocorrida horas antes, dois membros do Hamas estavam em uma picape em um cruzamento de Gaza quando foram atingidos por um míssil disparado por um helicóptero israelense. Um palestino que estava em um carro atrás também morreu. Quatro crianças e uma idosa estão entre os feridos. Há uma escola perto do local.
Os outros ataques não deixaram vítimas. Em um deles, um míssil foi lançado contra a casa de um líder do Jihad Islâmico. Em outro, um suposto depósito de armas do Hamas foi alvejado. No local, seriam fabricados mísseis Qassam, que têm sido disparados contra cidades israelenses perto da fronteira com a faixa de Gaza.
Uma quinta ação ocorreu no fim do dia. Um míssil atingiu uma rua movimentada em Gaza.
Em comunicado conjunto, o Hamas e o Jihad Islâmico disseram que vão se vingar de Israel. Os grupos também anunciaram que estão ampliando as relações bilaterais. Na faixa de Gaza, alto-falantes diziam: "Nós vamos nos vingar. Os sionistas em breve se arrependerão, quando sentirem a nossa dolorosa resposta".
Cerca de 2.000 pessoas participaram do funeral das vítimas dos ataques aéreos, entoando gritos contra Israel. O premiê palestino, Ahmed Korei, disse que o ataque israelense serve apenas para alimentar a violência no Oriente Médio. "Essa ação faz parte da permanente agressão israelense contra os palestinos", afirmou.
Raanan Gissin, assessor de Sharon, disse que os ataques fazem parte da guerra de Israel contra o terror. "Nós buscaremos os terroristas em todos os lugares", disse.
Israel afirma que seus ataques na faixa de Gaza são seletivos e buscam apenas as lideranças de grupos terroristas. Os palestinos dizem que as ações ferem a legislação internacional e colocam em risco a vida de civis.

Sharon
Em discurso na abertura do Parlamento, Sharon disse sobre Arafat: "Esse homem é o maior obstáculo para o processo de paz. Israel está determinado a removê-lo da arena política". O gabinete do premiê já decidiu, em princípio, que Arafat deve ser expulso do territórios palestinos. Os EUA se opõem à expulsão.
Sharon acrescentou que continuará construindo a barreira para separar Israel dos territórios palestinos e que pretende completá-la em um ano, apesar das críticas da comunidade internacional.
Saeb Erekat, principal negociador palestino, afirmou que Sharon mais uma vez tenta minar o processo de paz.


Com agências internacionais


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