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São Paulo, terça-feira, 21 de outubro de 2003

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Ações contra tabaco crescem na Europa

DO "NEW YORK TIMES"

Apesar de a Europa ainda estar longe dos EUA quanto a persuadir as pessoas a parar de fumar, governos europeus começam a focar os perigos e os custos do hábito de forma mais agressiva do que nunca.
A partir de 1º de janeiro de 2004, a Irlanda será o primeiro país europeu a proibir o fumo em bares. A medida é tão ousada e restritiva num país devotado a cultura dos pubs que poucos acreditam em seu sucesso.
Esse é um ataque radical contra o fumo, sobretudo para um país europeu, mas a Irlanda não é a única. Num sinal de que o movimento antitabagista ganha espaço na Europa ocidental, onde fumar é tanto um meio de expressão quanto um hábito, uma série de países está aprovando leis restritivas. "Há um ímpeto nesse tema", disse Tom Power, da divisão de controle de tabaco da Irlanda.
Dois outros países, a Noruega e a Holanda, aprovaram proibições ao fumo em bares e restaurantes. No primeiro, começará a vigorar no inverno no hemisfério Norte. No segundo, onde houve um furor contrário, passará a valer em 2005.
Alguns países aumentaram com rigor os impostos sobre o tabaco, uma medida que prejudica as vendas e aumenta as receitas estatais. Até mesmo na Grécia, que tem um número de fumantes bastante elevado, é esperada a ampliação das restrições em 2004, quando o país abrigará as Olimpíadas.
Na Europa ocidental, advertências, solicitadas pela União Européia (UE), entraram nos maços de cigarro. As mensagens, que cobrem de 30% a 40% do espaço, avisam que "fumar mata" ou "pode causar uma morte lenta e dolorosa".
A UE aprovou, no final de 2002, a proibição a propagandas tabagistas no rádio, na TV e na imprensa a partir de julho de 2005, algo que muitos países já implementaram. Proíbe ainda o patrocínio a eventos esportivos, como a F-1, a partir do início do mesmo ano.
A indústria do tabaco combate muitas das iniciativas e até contesta judicialmente outras, mas não parece preocupada com os índices de venda na Europa. A British American Tobacco, a segunda maior do ramo no mundo, anunciou recentemente a compra da Ente Tabacchi Italiani, que era estatal, por US$ 2,6 bilhões.
Para um representante do setor, uma coisa é criar leis antitabagistas, e outra, fazer que sejam cumpridas. Muitos países europeus têm restrições que são ignoradas. Os envolvidos no combate ao fumo reconhecem que a batalha será difícil na Europa, sobretudo nas regiões central e sul. Um terço da população adulta européia fuma.


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