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Paquistão divulga foto de suposto suicida
Alvo de críticas, governo afirma que fez o "melhor possível" para garantir segurança da ex-premiê Benazir Bhutto
DA REDAÇÃO
A polícia paquistanesa divulgou a fotografia do suspeito de
ter realizado o ataque suicida
que matou 139 pessoas e deixou
outras 325 feridas na quinta-feira, durante o cortejo da ex-primeira ministra Benazir
Bhutto, que voltava de um exílio de oito anos.
O governo diz que fez o possível para impedir o ataque e proteger a dirigente do PPP (Partido do Povo Paquistanês), um
partido laico. Ontem, Benazir
acusou militantes do Taleban e
da Al Qaeda de estarem por trás
do ataque. No dia anterior, ela
havia dado declarações responsabilizando agentes ligados ao
ex-ditador Mohammed Zia
(1977-88) infiltrados no serviço
secreto do Paquistão.
"Devemos parar com esse jogo de acusações. O governo ofereceu a ela [Benazir] a melhor
segurança possível", disse o vice-ministro da Informação, Tariq Azim. "Nomes de pessoas
têm sido mencionados sem que
sejam apresentadas nenhuma
razão ou prova para ser envolvimento, e isso é injusto",
acrescentou.
A polícia vai investigar uma
lista que Benazir entregou ao
governo com o nome de três
suspeitos de estarem envolvidos na operação.
Nenhuma organização reivindicou a autoria do ataque,
um dos mais sangrentos da história do país. Porém, autoridades dizem que a operação tem
traços parecidos com os atentados feitos pela Al Qaeda. O extremista jogou uma granada na
multidão que seguia a comitiva
de Benazir e em seguida detonou explosivos que estavam
presos em seu corpo.
Oficialmente, o governo diz
que ainda é cedo para tirar conclusões e que só uma investigação mais detalhada vai apontar
o grupo responsável de ter comandado o atentado.
Em novo incidente ontem,
um carro-bomba explodiu num
mercado, próximo de um ponto
de ônibus, matando sete pessoas e ferindo outras 15 na cidade paquistanesa de Dera Bugti,
no sudoeste do país.
Benazir diz que continua no
Paquistão, apesar da ameaça.
Ela retornou ao seu país para liderar a coordenação da campanha de seu partido às eleições
legislativas previstas para janeiro.
O ataque mostra os problemas que podem ameaçar o processo de abertura política no
país. No entanto, o primeiro-ministro paquistanês, Shaukat
Aziz, assegurou que o calendário eleitoral não será afetado.
"Mas claro que teremos de ser
espertos e talvez mudar nossas
táticas", afirmou.
Com agências internacionais
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