São Paulo, domingo, 21 de outubro de 2007

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Paquistão divulga foto de suposto suicida

Alvo de críticas, governo afirma que fez o "melhor possível" para garantir segurança da ex-premiê Benazir Bhutto

DA REDAÇÃO

A polícia paquistanesa divulgou a fotografia do suspeito de ter realizado o ataque suicida que matou 139 pessoas e deixou outras 325 feridas na quinta-feira, durante o cortejo da ex-primeira ministra Benazir Bhutto, que voltava de um exílio de oito anos.
O governo diz que fez o possível para impedir o ataque e proteger a dirigente do PPP (Partido do Povo Paquistanês), um partido laico. Ontem, Benazir acusou militantes do Taleban e da Al Qaeda de estarem por trás do ataque. No dia anterior, ela havia dado declarações responsabilizando agentes ligados ao ex-ditador Mohammed Zia (1977-88) infiltrados no serviço secreto do Paquistão.
"Devemos parar com esse jogo de acusações. O governo ofereceu a ela [Benazir] a melhor segurança possível", disse o vice-ministro da Informação, Tariq Azim. "Nomes de pessoas têm sido mencionados sem que sejam apresentadas nenhuma razão ou prova para ser envolvimento, e isso é injusto", acrescentou.
A polícia vai investigar uma lista que Benazir entregou ao governo com o nome de três suspeitos de estarem envolvidos na operação.
Nenhuma organização reivindicou a autoria do ataque, um dos mais sangrentos da história do país. Porém, autoridades dizem que a operação tem traços parecidos com os atentados feitos pela Al Qaeda. O extremista jogou uma granada na multidão que seguia a comitiva de Benazir e em seguida detonou explosivos que estavam presos em seu corpo.
Oficialmente, o governo diz que ainda é cedo para tirar conclusões e que só uma investigação mais detalhada vai apontar o grupo responsável de ter comandado o atentado.
Em novo incidente ontem, um carro-bomba explodiu num mercado, próximo de um ponto de ônibus, matando sete pessoas e ferindo outras 15 na cidade paquistanesa de Dera Bugti, no sudoeste do país.
Benazir diz que continua no Paquistão, apesar da ameaça. Ela retornou ao seu país para liderar a coordenação da campanha de seu partido às eleições legislativas previstas para janeiro.
O ataque mostra os problemas que podem ameaçar o processo de abertura política no país. No entanto, o primeiro-ministro paquistanês, Shaukat Aziz, assegurou que o calendário eleitoral não será afetado. "Mas claro que teremos de ser espertos e talvez mudar nossas táticas", afirmou.


Com agências internacionais

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