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IRAQUE NA MIRA
Segundo o premiê Tony Blair, pedido não foi específico; na Europa, Bush fala em liderar "coalizão dos dispostos"
EUA requisitam tropas ao Reino Unido
DA REDAÇÃO
O governo britânico declarou
ontem ter recebido pedido dos
EUA para que seus soldados participassem de uma possível campanha militar contra o Iraque.
Falando enquanto o presidente
americano, George W. Bush,
exortava membros da Otan
(aliança militar ocidental liderada
pelos EUA) a se unirem em uma
coalizão para atacar o Iraque caso
o país não cooperasse com inspeções de armas da ONU, o secretário da Defesa do Reino Unido,
Geoff Hoon, afirmou que Washington havia "pedido forças".
O premiê Tony Blair disse que o
Reino Unido, assim como outros
aliados dos EUA, havia recebido
um pedido geral, mas indicou que
negociações detalhadas sobre o
número de soldados ainda podem estar distantes.
"Simplesmente ainda não atingimos o estágio de pedidos específicos por números específicos
de soldados a serem usados de
forma específica", disse Blair em
um discurso no Parlamento britânico. "Isso é algo que vai ocorrer
em um estágio posterior."
Na véspera de uma reunião da
Otan, em Praga, Bush disse que os
EUA podem liderar uma "coalizão dos dispostos" contra o Iraque se o ditador Saddam Hussein
optar por não desarmar o país,
mas repetiu que uma guerra seria
o último recurso.
"Se a vontade coletiva do mundo for forte, poderemos chegar ao
desarmamento de forma pacífica", disse Bush em uma entrevista
conjunta com o presidente tcheco, Vaclav Havel, em Praga.
Mas, se Saddam optar por não
se desarmar, "os EUA vão liderar
uma coalizão dos dispostos a desarmá-lo", afirmou o presidente.
"Permanecendo fortes, unidos e
duros, venceremos. A guerra é
minha última escolha, minha última opção. Espero que possamos
fazer isso pacificamente", disse.
Mas, em um discurso a estudantes, Bush voltou a expressar dúvidas sobre a intenção do Iraque de
cooperar com as inspeções. "Na
semana passada, Saddam aceitou
os inspetores da ONU. Ouvimos
essas promessas antes e as vimos
ser violadas repetidas vezes. Agora, pedimos o fim desse jogo de
enganação, fraude e negação."
A Casa Branca afirmou ontem
que Washington estava perguntando a cerca de 50 países qual poderia ser sua contribuição.
Em Chipre, ontem, após viagem
de dois dias a Bagdá, o chefe dos
inspetores de armas da ONU,
Hans Blix, disse que a visita ao
Iraque havia sido "construtiva".
"Tivemos boas discussões com
representantes do governo iraquiano", afirmou Blix, e "[fomos
assegurados de que Bagdá] implementará a resolução integralmente e cooperará conosco, então
foi uma visita construtiva".
O Iraque tem até o próximo dia
8 para submeter ao Conselho de
Segurança da ONU uma lista com
todos os seus programas de armas de destruição em massa.
Países árabes
Líderes de países árabes reunidos em Damasco (Síria) para uma
reunião da Liga Árabe afirmaram
ontem que uma guerra contra o
Iraque pode ser evitada, mas apenas se Bagdá cumprir a resolução
da ONU aprovada no dia 8.
Questionado se a ameaça de
uma guerra contra o Iraque havia
terminado, o chanceler da Jordânia, Marwan al Muasher, disse:
"Não podemos dizer isso".
"Podemos dizer que a decisão
do Iraque de aceitar os inspetores
e trabalhar com a ONU reduziu as
chances de uma guerra, mesmo
que não inteiramente, mas [a resolução] deve ser aplicada", disse
o jordaniano. "Isso requer cooperação entre o Iraque a ONU."
O chefe da Liga Árabe, Amr
Moussa, afirmou: "A resolução
não estipula uma guerra, automaticamente ou de outra forma. É
uma resolução sobre os inspetores e o procedimento de seu trabalho e seu desempenho em sua
missão. Agora a bola está no campo do Iraque e no dos inspetores
ao mesmo tempo".
Censura
O jornal de Uday Hussein, o filho mais velho de Saddam, foi
proibido de ser publicado por um
mês, afirmou um funcionário do
Ministério da Informação iraquiano que não quis se identificar.
Ele disse que o "Babel", o jornal
mais influente do Iraque, fora punido porque "violava as instruções do Ministério da Informação". O jornal atacava a ineficiência do governo e a corrupção ocasionalmente e era o único diário
iraquiano que publicava relatos
da mídia estrangeira.
Uday, que é presidente do sindicato dos jornalistas do país e deputado, exortou no início do mês
seus colegas no Parlamento a
aprovarem a resolução da ONU.
A Casa a rejeitou.
Com agências internacionais
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