São Paulo, quinta-feira, 21 de novembro de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

REINO UNIDO

Após escândalos que abalaram a imagem da família real, só 43% acreditam que o país ficaria pior sem ela

Cai apoio à realeza britânica, diz pesquisa

DA REDAÇÃO

O apoio à família real britânica caiu ao seu nível mais baixo nas últimas décadas após os escândalos que envolveram, entre outros casos, o julgamento do ex-mordomo da princesa Diana.
Pesquisa do instituto ICM publicada ontem pelo diário "The Guardian" mostra que só 43% da população acredita que o Reino Unido ficaria pior se a monarquia fosse abolida. Em maio, pouco após a morte da rainha-mãe, 59% pensavam a mesma coisa.
Esses números contrastam com a aprovação à monarquia em índices superiores a 70% no final da década de 80 e durante a maior parte dos anos 90.
A parcela da população que acha hoje que o país melhoraria sem a rainha Elizabeth 2ª e os seus familiares, entretanto, cresceu pouco: de 27% para 31%.
O percentual dos entrevistados que dizem não saber ou não se importar com o tema subiu de 14% para 26%.
Paul Burrell, ex-mordomo de Diana, foi acusado de roubar centenas de objetos pertencentes a ela. O julgamento foi cancelado após a rainha confirmar repentinamente que ele a havia avisado de que levaria algumas coisas para guardá-las num local seguro.
A imagem da família real foi prejudicada também por uma série de entrevistas que Burrell concedeu a um tablóide sensacionalista. Ele relatou detalhes sobre o colapso do casamento de Diana com o príncipe Charles (herdeiro do trono britânico) e contou ter ajudado alguns homens a entrar clandestinamente no palácio de Kensington para visitar a mulher de Charles.
O ano do Jubileu de Ouro (50 anos de reinado) de Elizabeth 2ª foi manchado ainda pelas denúncias de um empregado da corte do príncipe Charles, George Smith, de que teria sido atacado sexualmente por outro serviçal.
Além disso, a imprensa do país tem denunciado casos de funcionários da monarquia que roubam presentes oficiais dados por chefes de Estado estrangeiros à família real para revendê-los no mercado negro.
A sondagem publicada ontem afirma que 60% dos entrevistados pensam que o caso Burrell prejudicou a família real. Mas só 22% disseram acreditar que os danos causados pelos escândalos serão de longo prazo.
A recente série de escândalos pode pôr a perder os esforços de Elizabeth 2ª para se aproximar de seus súditos e melhorar a sua imagem -iniciativa adotada após a morte da princesa Diana, em agosto de 1997.
Como de costume no Reino Unido, a monarquia continua a ter seus maiores índices de aprovação entre os britânicos mais velhos e identificados com o Partido Conservador (atualmente na oposição).
Jovens e trabalhistas, por outro lado, são mais críticos com relação à Casa de Windsor.


Com agências internacionais


Texto Anterior: Para ex-ministro francês, "guerra é inevitável"
Próximo Texto: França julgará 3 fotógrafos do caso Diana
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.