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São Paulo, sexta-feira, 21 de novembro de 2003

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Bombas atingem HSBC e consulado; cônsul morre

DA REDAÇÃO

A explosão quase simultânea de dois veículos-bomba deixou pelo menos 27 mortos e cerca de 450 feridos ontem em Istambul. Os alvos foram o consulado britânico e o escritório do banco HSBC, cuja sede mundial fica em Londres.
No último sábado, ataques suicidas contra duas sinagogas na cidade mataram 25 pessoas.
Entre os mortos ontem está o cônsul-geral britânico, Roger Short. "Ele foi explodido imediatamente", disse o capelão do consulado, Ian Sherwood, à rede britânica BBC. O escritório do diplomata ficava em cima do local da explosão.
Outras 16 pessoas morreram no ataque à representação britânica, que fica no bairro de Beyoglu, um dos mais movimentados da cidade e um destino turístico popular.
Ao menos mais uma diplomata estaria morta.
Testemunhas disseram que uma van verde se chocou contra o portão do consulado antes de explodir. Com a força da explosão, o muro da entrada foi destruído. Carros e janelas de casas vizinhas foram atingidos.
No momento do ataque, a rua estava repleta de carros e pedestres. Após a explosão, destroços se espalharam por todos os lugares, e uma fumaça espessa e escura subia dos carros atingidos.
A representação americana, que ficava no mesmo bairro, foi mudada há alguns meses para outra região, considerada mais segura.
O ataque ao consulado, pouco antes das 11h (7h em Brasília), ocorreu cerca de cinco minutos depois do ataque ao escritório do HSBC, um prédio de 18 andares a cerca de 8 km dali. Um shopping center recém-inaugurado e bastante movimentado fica na mesma avenida, a principal do distrito financeiro da cidade.
Segundo testemunhas, uma picape parada em um farol próximo ao banco explodiu, abrindo uma cratera de três metros de profundidade. A fachada do prédio foi reduzida a estilhaços. Lojas vizinhas também foram atingidas, e veículos próximos pegaram fogo.
O HSBC fechou temporariamente suas agências na Turquia, mas disse em comunicado que continuará a operar no país.

Suspeitas
Os atentados de ontem foram os piores em saldo de mortos no país desde 1977, quando um homem abriu fogo contra um grupo que comemorava o 1º de Maio e matou 37.
Segundo analistas, a aparente sincronia dos ataques, o provável uso de suicidas e sua escala portentosa fazem lembrar o modo de agir da rede terrorista Al Qaeda. "Receio que [os atentados] tenham a marca registrada da Al Qaeda", declarou o chanceler britânico, Jack Straw, que chegou ontem mesmo a Istambul.
Uma pessoa telefonou para a agência Anatólia reivindicando a responsabilidade pelo atentado em nome da Al Qaeda e da Frente dos Grandes Cavaleiros Islâmicos Orientais -o mesmo grupo extremista turco que assumiu a autoria dos ataques de sábado.
O governo britânico anunciou ontem à noite ter informações segundo as quais novos atentados poderiam ser realizados na Turquia. Um funcionário do governo disse à agência Reuters que os cidadãos britânicos deveriam sair das principais cidades do país.


Com agências internacionais

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