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Bombas atingem HSBC e consulado; cônsul morre
DA REDAÇÃO
A explosão quase simultânea de
dois veículos-bomba deixou pelo
menos 27 mortos e cerca de 450
feridos ontem em Istambul. Os alvos foram o consulado britânico e
o escritório do banco HSBC, cuja
sede mundial fica em Londres.
No último sábado, ataques suicidas contra duas sinagogas na cidade mataram 25 pessoas.
Entre os mortos ontem está o
cônsul-geral britânico, Roger
Short. "Ele foi explodido imediatamente", disse o
capelão do consulado, Ian Sherwood, à rede britânica BBC. O escritório do diplomata ficava em cima do local da explosão.
Outras 16 pessoas morreram no
ataque à representação britânica,
que fica no bairro
de Beyoglu, um
dos mais movimentados da cidade e um destino
turístico popular.
Ao menos mais
uma diplomata
estaria morta.
Testemunhas
disseram que uma
van verde se chocou contra o portão do consulado
antes de explodir. Com a força da
explosão, o muro da entrada foi
destruído. Carros e janelas de casas vizinhas foram atingidos.
No momento do ataque, a rua
estava repleta de carros e pedestres. Após a explosão, destroços se
espalharam por todos os lugares,
e uma fumaça espessa e escura subia dos carros atingidos.
A representação americana, que
ficava no mesmo bairro, foi mudada há alguns meses para outra
região, considerada mais segura.
O ataque ao consulado, pouco
antes das 11h (7h em Brasília),
ocorreu cerca de cinco minutos
depois do ataque ao escritório do
HSBC, um prédio de 18 andares a
cerca de 8 km dali. Um shopping
center recém-inaugurado e bastante movimentado fica na mesma avenida, a principal do distrito
financeiro da cidade.
Segundo testemunhas, uma picape parada em um farol próximo
ao banco explodiu, abrindo uma
cratera de três metros de profundidade. A fachada do prédio foi
reduzida a estilhaços. Lojas vizinhas também foram atingidas, e
veículos próximos pegaram fogo.
O HSBC fechou temporariamente suas agências na Turquia,
mas disse em comunicado que
continuará a operar no país.
Suspeitas
Os atentados de
ontem foram os
piores em saldo de
mortos no país
desde 1977, quando um homem
abriu fogo contra
um grupo que comemorava o 1º de
Maio e matou 37.
Segundo analistas, a aparente sincronia dos ataques, o provável
uso de suicidas e
sua escala portentosa fazem lembrar o modo de
agir da rede terrorista Al Qaeda.
"Receio que [os
atentados] tenham a marca registrada da Al Qaeda", declarou o
chanceler britânico, Jack Straw,
que chegou ontem mesmo a Istambul.
Uma pessoa telefonou para a
agência Anatólia reivindicando a
responsabilidade pelo atentado
em nome da Al Qaeda e da Frente
dos Grandes Cavaleiros Islâmicos
Orientais -o mesmo grupo extremista turco que assumiu a autoria dos ataques de sábado.
O governo britânico anunciou
ontem à noite ter informações segundo as quais novos atentados
poderiam ser realizados na Turquia. Um funcionário do governo
disse à agência Reuters que os cidadãos britânicos deveriam sair
das principais cidades do país.
Com agências internacionais
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