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São Paulo, quarta-feira, 22 de janeiro de 2003
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Lula deveria nos ouvir, diz líder oposicionista
ROGERIO WASSERMANN DA REDAÇÃO O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deveria ouvir os membros da oposição venezuelana para, como membro do Grupo de Amigos da Venezuela, conhecer diferentes pontos de vista e poder ajudar na busca de uma solução para a crise no país. A afirmação é de Carlos Fernández, 52, presidente da Fedecámaras, principal associação empresarial do país. "Se o Brasil é um país amigo que vai ajudar a mesa de negociação, é importante que tenha a maior quantidade de informação possível sobre a realidade do país", disse ele em entrevista à Folha ontem, por telefone, de Caracas. Fernández, que esteve nos EUA na semana passada acompanhado de Carlos Ortega, presidente da CTV (Confederação dos Trabalhadores da Venezuela), e do deputado Timoteo Zambrano, disse ter se reunido no país com funcionários do Departamento de Estado, mas não quis especificar quem eram. "Foram reuniões privadas", disse. Sucessor no comando da Fedecámaras de Pedro Carmona, que foi alçado à Presidência nos dois dias em que Chávez esteve afastado, por uma tentativa de golpe, em abril, Fernández diz não ter pretensões políticas e que seu desejo é apenas permanecer à frente da entidade. Leia a seguir trechos de sua entrevista. Folha - O chanceler brasileiro,
Celso Amorim, disse que o governo
brasileiro poderia receber membros da oposição para uma audiência, mas que provavelmente não
seria o presidente quem os receberia. Vocês fizeram algum pedido de
encontro com o presidente Lula? Folha - O governo Lula havia sido
bastante criticado pela oposição
por sua posição em relação à Venezuela, mas, após a formação do
Grupo de Amigos, as críticas terminaram. Houve uma mudança de
ponto de vista? Folha - De que forma o Grupo de
Amigos pode ajudar? A mesa de
diálogo tenta há meses chegar a
uma solução, sem sucesso... Folha - Faltam menos de duas semanas para a data marcada pela
oposição para o referendo. Ainda é
possível que ele aconteça em 2 de
fevereiro? Folha - O governo diz que a Constituição só permite a realização de
um referendo a partir de agosto,
quando o mandato de Chávez chega à metade... Folha - Por essa lógica, então, o
povo pode tirar o presidente a
qualquer momento? Folha - Muitos dizem na Venezuela que o sr. é um potencial candidato à Presidência no caso de novas
eleições. O sr. seria candidato? Folha - O sr. e outros dois membros da oposição estiveram na semana passada nos EUA para um seminário no Conselho das Américas.
Vocês tiveram também contatos
com o governo americano? Folha - Quais foram os funcionários do governo americano com
quem vocês se encontraram? Folha - Eram funcionários do Departamento de Estado? Folha - Altos funcionários? |
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