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São Paulo, quarta-feira, 22 de janeiro de 2003

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Brasil descarta reunião de Lula com oposição

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Brasil não vai tratar da mesma maneira a oposição ao governo venezuelano e o presidente Hugo Chávez, segundo afirmações do ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim.
"Não se pode comparar o presidente eleito da Venezuela com os elementos da oposição", disse Amorim, ontem, em entrevista ao programa "Bom Dia Brasil", da TV Globo. O tratamento será diferenciado porque Chávez representa o Estado venezuelano legitimamente, e a oposição não.
Amorim deu a resposta quando questionado se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva estaria disposto a receber representantes da oposição a Chávez.
"Temos de colocar as coisas em termos. Hugo Chávez é o presidente constitucional da Venezuela. Ele foi eleito, é um governo legítimo. Pode estar vivendo uma crise política, mas é um governo legítimo", afirmou.
O ministro afirmou que isso não significa que ele não esteja disposto a receber a oposição: "Estou perfeitamente disposto a conversar com elementos da oposição no momento adequado".
Mas Amorim deixou claro que o Brasil não pode conceder à oposição as mesmas regalias, como audiências com Lula, dadas ao chefe de Estado da Venezuela.
Chávez já se encontrou com o presidente brasileiro em três oportunidades, a última no fim de semana passado.
"Não podemos ter dois padrões: um governo que nos agrada é legítimo; quando não nos agrada, não é legítimo", disse o chanceler.
Segundo Amorim, é mais importante se encontrar agora com os demais integrantes do Grupo de Amigos da Venezuela -México, Chile, Estados Unidos, Portugal e Espanha- do que travar um diálogo com a oposição. O grupo se encontrará pela primeira vez na sexta-feira, em Washington.
Para Amorim, o encontro será o primeiro passo para tentar colocar Chávez e a oposição na mesa de diálogo. O grupo dará apoio ao secretário-geral da OEA (Organização dos Estados Americanos), o colombiano César Gaviria, que tenta sem sucesso encontrar uma solução negociada para crise.
Em entrevista na tarde de ontem, Amorim disse que o grupo não apresentará nenhuma proposta fechada para a crise venezuelana.
"O importante [para o Grupo de Amigos da Venezuela" é criar um clima de confiança entre a oposição e o governo. Se não há confiança, não há solução que funcione."


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