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Brasil descarta reunião de Lula com oposição
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Brasil não vai tratar da
mesma maneira a oposição
ao governo venezuelano e o
presidente Hugo Chávez, segundo afirmações do ministro das Relações Exteriores,
Celso Amorim.
"Não se pode comparar o
presidente eleito da Venezuela com os elementos da
oposição", disse Amorim,
ontem, em entrevista ao
programa "Bom Dia Brasil",
da TV Globo. O tratamento
será diferenciado porque
Chávez representa o Estado
venezuelano legitimamente,
e a oposição não.
Amorim deu a resposta
quando questionado se o
presidente Luiz Inácio Lula
da Silva estaria disposto a receber representantes da
oposição a Chávez.
"Temos de colocar as coisas em termos. Hugo Chávez
é o presidente constitucional
da Venezuela. Ele foi eleito, é
um governo legítimo. Pode
estar vivendo uma crise política, mas é um governo legítimo", afirmou.
O ministro afirmou que isso não significa que ele não
esteja disposto a receber a
oposição: "Estou perfeitamente disposto a conversar
com elementos da oposição
no momento adequado".
Mas Amorim deixou claro
que o Brasil não pode conceder à oposição as mesmas
regalias, como audiências
com Lula, dadas ao chefe de
Estado da Venezuela.
Chávez já se encontrou
com o presidente brasileiro
em três oportunidades, a última no fim de semana passado.
"Não podemos ter dois padrões: um governo que nos
agrada é legítimo; quando
não nos agrada, não é legítimo", disse o chanceler.
Segundo Amorim, é mais
importante se encontrar
agora com os demais integrantes do Grupo de Amigos
da Venezuela -México,
Chile, Estados Unidos, Portugal e Espanha- do que
travar um diálogo com a
oposição. O grupo se encontrará pela primeira vez na
sexta-feira, em Washington.
Para Amorim, o encontro
será o primeiro passo para
tentar colocar Chávez e a
oposição na mesa de diálogo. O grupo dará apoio ao
secretário-geral da OEA (Organização dos Estados Americanos), o colombiano César Gaviria, que tenta sem
sucesso encontrar uma solução negociada para crise.
Em entrevista na tarde de
ontem, Amorim disse que o
grupo não apresentará nenhuma proposta fechada
para a crise venezuelana.
"O importante [para o
Grupo de Amigos da Venezuela" é criar um clima de
confiança entre a oposição e
o governo. Se não há confiança, não há solução que
funcione."
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