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VENEZUELA
"Não há intocáveis", diz presidente; líder empresarial depõe pela 1ª vez após prisão; sindicalista permanece foragido
Chávez pede 20 anos de prisão para opositor
DA REDAÇÃO
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, pediu ontem que a
Justiça condene a 20 anos de prisão o líder empresarial Carlos
Fernández, preso na quarta-feira
à noite, e o foragido líder sindical
Carlos Ortega. Eles foram os principais líderes da greve geral contra
Chávez, que durou 63 dias e foi
suspensa no início do mês.
"Esses oligarcas achavam que
eram intocáveis. Não há intocáveis na Venezuela. Um criminoso
é um criminoso", afirmou Chávez, durante uma cerimônia de
entrega de títulos de propriedade
de terras para camponeses.
A Justiça ordenou a prisão dos
dois líderes opositores na quarta-feira pelos crimes de "rebelião,
traição à pátria, instigação à delinquência, formação de quadrilha e
devastação", supostamente cometidos durante a greve geral.
Fernández foi preso enquanto
jantava numa churrascaria de Caracas, na quarta-feira, mas Ortega
permanece foragido e disse que
não se entregará.
A greve geral provocou perdas
estimadas de mais de US$ 4 bilhões ao país. A estatal petrolífera,
PDVSA, responsável por 80% das
exportações do país, permanece
parcialmente paralisada.
A oposição, que acusa Chávez
de arruinar a economia do país
com suas políticas populistas de
esquerda, tentava pressioná-lo,
com a greve, a renunciar ou a convocar eleições antecipadas.
Chávez acusa os líderes da greve
de "terroristas" e "conspiradores
golpistas". Ele diz ser vítima de
um complô por ter eliminado os
privilégios da elite que governou o
país por décadas.
Sob um forte esquema de segurança, Fernández foi levado ontem para depor ao juiz Maikel
Moreno, que ordenou sua prisão.
Moreno foi afastado temporariamente do caso no fim da tarde,
enquanto é analisado um pedido
da defesa de Fernández, que alegou parcialidade do juiz.
A oposição suspendeu uma passeata até a Procuradoria Geral,
onde protestaria contra a prisão.
Segundo a CD (Coordenação Democrática, associação de partidos
e associações de oposição), a marcha foi suspensa para evitar um
confronto com chavistas. Fragilizada após o fracasso da greve geral, a CD anunciou ontem uma
"reestruturação" de suas ações
para enfrentar o presidente.
Com agências internacionais
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