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DIPLOMACIA
Em busca do apoio da UE, presidente visita Bruxelas para fazer as pazes e critica a falta de democracia na Rússia
"Nada nos divide", diz Bush a europeus
Jacques Collet/France Presse
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Durante um protesto em Bruxelas, menina segura cartaz com foto de Bush e os dizeres: "Prejudica seriamente os direitos humanos" |
DA REDAÇÃO
O presidente dos EUA, George
W. Bush, cumpriu ontem, em
Bruxelas, a primeira parte de sua
visita à Europa exortando os europeus a deixar para trás as divisões provocadas pela Guerra do
Iraque, a trabalhar em conjunto
para fazer avançar o processo de
paz no Oriente Médio e a pressionar a Rússia a manter seu compromisso com a democracia.
Bush escolheu Bruxelas, onde se
situam as sedes da União Européia e da Otan (aliança militar ocidental), para realizar sua tentativa
de reaproximação com seus aliados europeus. Muitos deles foram
contrários à invasão do Iraque.
Eis os principais temas do discurso de Bush, que expôs as bases
da reaproximação transatlântica.
RELAÇÕES TRANSATLÂNTICAS
"Por mais de 60 anos, nossas nações enfrentaram juntas grandes
desafios da história. Juntos, nós
nos opusemos a ideologias totalitárias... Juntos, celebramos os aniversários da liberdade: do Dia D à
libertação dos campos da morte e
às vitórias de consciência em
1989", declarou, aludindo à queda
do Muro de Berlim e ao fim do comunismo europeu.
"A aliança entre a Europa e a
América do Norte é o principal pilar de nossa segurança. Nosso robusto comércio é um dos motores
da economia global. Nosso exemplo de liberdade político-econômica dá esperança a milhões que
sofrem com a pobreza e a opressão. Nossa forte amizade é essencial para a paz e a prosperidade.
Nenhum debate temporário, nenhum desentendimento entre
nossos governos e nenhum poder
terrestre poderão nos dividir."
RÚSSIA
"Acredito que o futuro da Rússia
esteja na família européia e na comunidade transatlântica... Para
que a Rússia progrida como uma
nação européia, o governo russo
deverá renovar seu compromisso
com a democracia e com o Estado
de Direito." "Devemos sempre
lembrar a Rússia que nossa aliança requer uma imprensa livre,
uma oposição ativa, a divisão do
poder e o Estado de Direito. Os
EUA e todos os países europeus
deveriam pôr a reforma democrática no centro de seu diálogo com
a Rússia."
CONFLITO ISRAELO-PALESTINO
"A resolução do conflito está a
nosso alcance. A América e a Europa têm um compromisso moral. Não podemos ficar passivos
enquanto outra geração, na Terra
Santa, cresce numa atmosfera de
violência e desesperança. A América e a Europa compartilham um
interesse estratégico. Ajudando a
construir uma paz duradoura, removeremos uma mágoa que é
usada para espalhar ódio e violência pelo Oriente Médio."
"Estamos determinados a ver
dois Estados democráticos, Israel
e a Palestina, vivendo lado a lado
em paz e em segurança. O povo
palestino merece ter um governo
representativo, honesto e pacífico. O povo de Israel precisa do fim
do terrorismo e de um parceiro
confiável para fazer a paz."
GRANDE ORIENTE MÉDIO
"Não podemos viver em paz e em
segurança se o Oriente Médio
continuar a produzir ideologias
assassinas e terroristas que buscam ter as armas mais mortíferas.
Uma reforma duradoura e bem-sucedida no Grande Oriente Médio [que vai do norte da África ao
Paquistão] não será imposta de
fora, ela precisa ser escolhida por
quem vive na região."
LÍBANO E SÍRIA
"Nosso compromisso com o progresso democrático está sendo
testado no Líbano, um país que já
foi vibrante, mas vive hoje sob a
influência de um vizinho opressor. O regime sírio deve tomar
medidas mais claras para conter
aqueles que apóiam a violência e a
subversão no Iraque e pôr fim a
seu apoio a grupos terroristas. A
Síria também precisa pôr fim à
sua ocupação do Líbano."
IRAQUE
"Algumas nações européias entraram na luta para libertar o Iraque, enquanto outras não o fizeram. Mesmo assim, todos nós reconhecemos a coragem quando a
vemos. E nós a vimos nos iraquianos. Todas as nações têm interesse no sucesso de um Iraque livre e
democrático, que combaterá o
terrorismo e será um exemplo de
liberdade e uma fonte de estabilidade para a região."
IRÃ
"Pelo bem da paz, o regime iraniano deve parar de apoiar o terrorismo e não pode desenvolver
armas nucleares... Mas o Irã é diferente do Iraque. Os EUA são
membros do Conselho de Governadores da AIEA [Agência Internacional de Energia Atômica],
que tomou a liderança nas discussões. Trabalhamos estreitamente
com o Reino Unido, a França e a
Alemanha para mostrar nossa
oposição ao programa nuclear."
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