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RELIGIÃO
Em carta apostólica, João Paulo 2º diz que os meios de comunicação devem ter "responsabilidade" além da "liberdade"
Mídia precisa da redenção de Cristo, diz papa
DA REDAÇÃO
O papa João Paulo 2º pediu ontem que a mídia de massa "promova justiça e solidariedade" reportando os fatos "de modo acurado e verdadeiro", num contexto
de "exercício maduro de liberdade e responsabilidade". Em sua
carta apostólica sobre a imprensa,
intitulada "O Rápido Desenvolvimento", o papa disse também que
a Igreja Católica precisa aprender
a usar melhor a mídia para transmitir sua mensagem.
Para o papa, "o desafio atual para cristãos e pessoas de boa vontade é manter uma comunicação
verdadeira e livre". Portanto, as
populações devem ficar atentas
para a qualidade da produção da
mídia. "Até a mídia precisa da redenção de Cristo", afirma a carta.
A Igreja Católica faz críticas freqüentes à televisão, a filmes e a
outros meios de comunicação por
conteúdos que considera imorais,
como sexo fora do casamento e
homossexualismo.
O pontificado de João Paulo 2º
teve ampla cobertura da imprensa. Mas a carta aponta que a igreja
não consegue fazer uso da mídia.
O arcebispo Renato Boccardo,
que divulgou a carta, citou as críticas à comunicação do Vaticano
no período em que o papa ficou
internado, no começo do mês.
"É necessário admitir que temos dificuldades", afirmou Boccardo. "As relações com os meios
de comunicação exigem uma
mentalidade que temos de aprofundar." Na carta, o papa diz que
"o fenômeno da comunicação
impele a igreja a uma revisão cultural, para que possamos lidar
com o nosso tempo".
A carta também diz, porém, que
"a igreja deve dar a conhecer suas
atividades, como outras instituições. Mas ao mesmo tempo, se
necessário, deve manter uma reserva, sem que isso impeça uma
comunicação pontual e suficiente
sobre as ações eclesiásticas".
Boccardo advertiu que, na visão
do Vaticano, a mídia passa por
um "processo degenerativo". Valores cristãos foram abandonados. "Basta lembrar como a televisão se tornou em grande parte um
instrumento para agressões pessoais, um lugar para denegrir os
outros e fórum para conflitos vulgares e de mau gosto."
Para combater essa mudança de
valores, o papa sugeriu a criação
de um sistema que proteja "a dignidade do indivíduo, a primazia
da família como unidade básica
da sociedade e o relacionamento
adequado entre as pessoas".
O papa diz na carta que vê a internet como meio para os católicos evangelizarem as pessoas.
Lembrando que "as verdades da
fé católica não estão abertas a interpretações arbitrárias", o papa
diz que os católicos devem trocar
opiniões "em um diálogo que respeite a justiça e a prudência".
Com agências internacionais
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